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<center><font face="Times New Roman" size="4"><strong>com (inesperada) viagem a uma guerraque não senti, mas que vivi</strong></font></center><div align="center"><center><table border="3" cellpadding="5" cellspacing="5" bordercolor="#FFFFFF"> <tr> <td bordercolor="#FF0000"><img src="http://img.photobucket.com/albums/v642/Seven2005/desarmamentogrande75.jpg" alt="Image hosted by Photobucket.com" width="225" height="266"></td> <td bordercolor="#000000"><p align="justify"><font size="2" face="Tahoma">Em </font><font color="#FF0000" size="2" face="Tahoma"><strong>23 de Outubro</strong></font><font size="2" face="Tahoma"> o Povo Brasileiro vai a votos. Não para eleger quem quer que seja, antes sim para opinar e decidir sobre a questão da compra e venda de armas no Brasil.<br> Em Referendo (o primeiro no país) será perguntado<br> </font><font color="#FF0000" size="2" face="Tahoma"><strong>O comércio de armas de fogo e munição deve ser proibido no Brasil?</strong></font></p> </td> </tr> <tr> <td colspan="2" bordercolor="#000000"><font size="2" face="Tahoma"><p align="justify">O eleitor terá na urna electónica duas teclas à sua disposição, correspondendo a<strong> tecla 1</strong> ao <strong>não à proibição</strong> e a </font><font color="#00D500" size="2" face="Tahoma"><strong>tecla 2</strong></font><font size="2" face="Tahoma"> ao </font><font color="#00D500" size="2" face="Tahoma"><strong>sim à proibição</strong></font><font size="2" face="Tahoma"> do comércio de armas.</font></p><div align="center"><center><table border="1" cellpadding="2" cellspacing="3" bordercolor="#FFFFFF"> <tr> <td align="center" width="40" bgcolor="#000000" bordercolor="#FFFFFF" height="40"><font color="#FFFFFF" size="5" face="Arial Black">1</font></td> <td align="left" width="80" bordercolor="#FFFFFF"><font size="5" face="Tahoma">Não</font></td> <td bordercolor="#FFFFFF"> </td><td bordercolor="#FFFFFF"> </td> <td align="center" width="40" bgcolor="#000000" bordercolor="#FFFFFF" height="40"><font color="#FFFFFF" size="5" face="Arial Black">2</font></td> <td align="left" width="80" bordercolor="#FFFFFF"><font size="5" face="Tahoma" color="#00D500">Sim</font></td> </tr> </table> </center></div> <p align="justify"><font size="2" face="Tahoma"><strong>Apesar de (ainda) não ter direito a voto, Voz do Seven diz </strong></font><font color="#00D500" size="2" face="Tahoma"><strong>SIM </strong></font><font size="2" face="Tahoma"><strong>à proibição... no dia 23 de Outubro Voz do Seven apertaria a </strong></font><font color="#00D500" size="2" face="Tahoma"><strong>tecla 2</strong></font><br><font size="2" face="Tahoma">Voz do Seven faz o apelo para ser compreendido pela sua tomada de posição e não ser acusado de ingerência em assuntos nacionais brasileiros, porque apesar de ser estrangeiro, o simples facto de residir no território faz com que o assunto não lhe passe ao lado. Por outro lado, não se pense que Voz do Seven pretende entrar em campanha eleitoral, longe disso... apesar de que não se vai privar de redigir quando o achar necessário (tal como já o fez por duas vezes em </font><a href="http://vozdoseven.weblog.com.pt/arquivos/170165.html" target="_blank"><font color="#FF0000" size="2" face="Tahoma"><strong>Armas? Não, obrigado</strong></font></a><font size="2" face="Tahoma"> e em </font><a href="http://vozdoseven.weblog.com.pt/arquivos/200664.html" target="_blank"><font color="#FF0000" size="2" face="Tahoma"><strong>Mortes Matadas</strong></font></a><font size="2" face="Tahoma">) sabendo, contudo, que vai ser rebatido o que é deveras salutar em democracia. Voz do Seven pretende ainda continuar a acompanhar o tema e apresentar transcrições de notícias que forem publicadas em portais ou jornais </font><a href="http://www1.folha.uol.com.br/folha/cotidiano/ult95u112645.shtml" target="_blank"><font color="#FF0000" size="2" face="Tahoma"><strong>como esta</strong></font></a><font size="2" face="Tahoma"> que foi recentemente veiculada p'la <strong>FOLHA</strong></font><font color="#5959FF" size="2" face="Tahoma"><strong>ONLINE</strong></font><font size="2" face="Tahoma"> e que muito nos alegra.</font></p> </tr></table></center></div><p align="justify"><font size="2" face="Tahoma">Não se julgue que esta posiçãoperante o <em>desarmamento</em> vem de agora, por influênciadirecta do debate e campanha (que parece que está a dar osprimeiros frutos) aqui no Brasil. Não, de maneira alguma. Voz doSeven não gosta de armas, tem horror a armas e é contra oarmamento civil, por perigoso e completamente desnecessário emtodo e qualquer Estado/Nação de direito. Em livre pensamentoafirma-o bem alto e nem coloca <em><strong>ses</strong></em>hipotéticos, pois é assim que pensa o seu autor que neste textoveste a pele do <em>Neves, AJ</em> por ser ele que tem pânicoàs armas, muito em parte devido a que jamais pegou numa que sepreze... e tem idade para isso, digo-vos. Só não peguei porqueo feliz dos acasos aconteceu e nem que fosse só por issodigo-vos que valeu a pena a<strong> </strong></font><ahref="http://vozdoseven.weblog.com.pt/arquivos/100067.html"target="_BLANK"><font color="#FF0000" size="2" face="Tahoma"><strong>Revoluçãodos Cravos</strong></font></a><font size="2" face="Tahoma"> emPortugal.</font></p><p><font size="2" face="Tahoma"><b>Continue a ler... entre e leia"coisas da guerra que não vivi, mas que senti"...</a></font></p><p align="justify"><font size="2" face="Tahoma">Como podem constatar, a crónica, o texto, passou a ser redigidona primeira pessoa, porque tornou-se necessário, porque asmemórias de juventude afloram em catapulta e relembro aquelaguerra, para mim a mais estúpida das guerras que estropiou ematou milhares de jovens, portugueses e seus irmãos africanosdas antigas colónias. O <em>meu ser</em> estremece ao falarnisto, recorda a Escola Primária e os cânticos guerreiros <strong>d'Angola é nossa, gritarei</strong>... não me pergunteis arazão, mas as minhas entranhas parece que sentem uma necessidadeenorme de serem exorcizadas de um fantasma que não tem razão deexistir, porque nem fui à guerra, a essa guerra chamada decolonial. Bom, o meu corpo não esteve lá, mas digo-vos comsinceridade que também eu vivi muito intensamente essa épocaporque lidei diariamente com o sofrimento de uma mãe, emangústia permanente pela ausência de seu filho lá por terrasdo Cu de Judas, não entendendo sequer (querendo lá saber...)que interesses ele ia defender. E essa mãe em sofrimento, nãose poderia alegrar mesmo que as novas vindas de África fossemboas (ou pelo menos não fossem más) porque outro filho seseguiria na linha de produção de mais homens p'ra</font><fontsize="3" face="Tahoma"> </font><font size="2" face="Tahoma"><strong>Angolaem força, já</strong></font><font size="3" face="Tahoma">... </font><fontsize="2" face="Tahoma">esse "outro filho" sou eu, esteque vos fala e que pela primeira vez escreve sobre o assunto. Semmedos e talvez por necessidade e também para que os mais novosmeditem. Teria eu os meus 12 anos quando tomei contacto com adura realidade de que meu irmão, mais velho que eu 9 anos, iria"lá para fora" combater na guerra colonial. Atérecordo o exacto momento... estávamos, eu e meu irmão, sob aparreira de videiras no quintal de casa em concurso de"setas ao alvo" disparadas por, nem de propósito,pressão de ar (espingarda de chumbinho) e um vizinho, passando,questiona-o sobre a vida... a vida militar certamente... meuirmão não falou, bateu com a palma da mão direita sobre odorso da mão esquerda, uma duas vezes, em sinal inequívoco deque ia... ia embora... estava mobilizado para o Ultramar, iazarpar para longe. Nada perguntei, mas entendi... depois haviaaquele saco, verde escuro, aquela mochila onde ele apenas podiatransportar o essencial cada vez que vinha a casa gozar os diasde licença antes do embarque... e tantos que foram osadiamentos, parece que a táctica dos adiamentos era paradespistar as "secretas" que pudessem informar oinimigo... eu hoje mandava-os (a eles aos coronéis ao sistema) <i>àoutra banda</i> exigindo-lhes justificação por gozarem com ossentimentos de um mãe, de uma família... de um Povo.</font></p><p align="justify"><font size="2" face="Tahoma">Meu irmão nunca soube daslágrimas que minha mãe derramava quando ditava os </font><ahref="http://www.inteirospostais.com/aerogramasmilitaresisentosdefranquia02.htm"target="_blank"><font size="2" face="Tahoma">aerogramas</font></a><fontsize="2" face="Tahoma"> (que tinham de ser comprados... 20centavos) que eu escrevia e que direccionava para o soldadocondutor número não sei quantos barra 67 p'ro SPM 5826 ou 5126não interessa. Nessas cartas falava-se de tudo um pouco, desde oSporting dele ao meu Benfica que lhe ganhava, passando até pelagata que tinha ido parir aos sacos dos farrapos que o meu paitrazia da Alfaiataria e depositava na loja de arrecadações... oque interessava era levar até ao Cuango, Norte de Angola,notícias d'Aquém-Mar que o entretivessem e jamais que lhepudessem aumentar os problemas que já tinha. </font></p><div align="center"><center><table border="3" cellpadding="3" cellspacing="3" bordercolor="#FFFFFF"> <tr> <td bordercolor="#000000"><font size="1" face="Tahoma"><img src="http://img.photobucket.com/albums/v642/Seven2005/bbb.jpg" alt="Image hosted by Photobucket.com"><br> a partida</font></td> <td bordercolor="#000000"><font size="1" face="Tahoma"><img src="http://img.photobucket.com/albums/v642/Seven2005/aaaaa.jpg" alt="Image hosted by Photobucket.com"><br> a chegada</font></td> <td bordercolor="#000000"><font size="1" face="Tahoma"><img src="http://img.photobucket.com/albums/v642/Seven2005/ccc.jpg" alt="Image hosted by Photobucket.com"><br> os abraços</font></td> </tr></table></center></div><p align="justify"><font size="2" face="Tahoma">A chegada de meu irmão a Lisboa,ao cais de Alcântara foi triunfal... não para ele que não tevedireito a medalha de mérito, pois estas estavam guardadas paraaqueles que tinham perdido um braço ou uma perna ou para o peitodos seus familiares mais próximos que recebiam a condecoraçãode semblante mais carregado que o luto que vestiam.<br>O triunfo foi meu<br>porque pela primeira vez fui a Lisboa, à capital do país... <br>porque vi nascer o dia ao lado da majestosa Ponte sobre o Tejo(hoje 25 de Abril na altura chamada de Salazar) tendo ao largo,naquele imenso Tejo de luzes reflectidas, o iluminado navio quetrazia as tropas... <br>porque delirei com as manobras do atracar do navio (Uíge se nãome engano)... <br>porque fiquei de boca aberta com a visão de centenas, demilhares de homens todos os iguais a acenarem, menos um que nãolia o letreiro Santa Comba Dão...<br>Que maior riqueza poderia ser dada a um jovem daquela época quenada conhecia, apesar de ter crescido e estava agora com 15 anos,pois tudo isto já se passa depois do meu aniversário deNovembro... era Dezembro, dia 22 ou 23 talvez.<br>Jamais esquecerei, também, a azáfama do desembarque onde osabraços eram temperados pelas saborosas lágrimas das mães,namoradas e esposas... (outras) mulheres, talvez <em>madrinhas deguerra</em> de homens que nunca tinham visto, pesquisavam de fotoem punho p'los seus queridos que tardavam em encontrar... mas"tal como bela sem senão" o meu encantamento ficouseveramente manchado para toda a minha vida e me criou grandesentimento de revolta por ver do alto da varanda do cais deAlcântara o despudor de descarregarem como mercadoria dezenas edezenas, talvez centenas de urnas contendo os restos mortais dehomens militares... esta manobra feita em plena luz do dia e àvista de quem espreitasse seria propositada?<br>Comecei por falar de desarmamento, viajei à guerra, à guerraque eu vivi e afinal não senti (na pele) graças aos deuses da </font><ahref="http://vozdoseven.weblog.com.pt/arquivos/096659.html"target="_BLANK"><font color="#FF0000" size="2" face="Tahoma"><strong>Liberdade</strong></font></a><fontsize="2" face="Tahoma">... feliz me sinto por ter acabado...louvemos por, agora reunidos em comunidade, todos estarmos emPaz, nós portugueses e os irmãos africanos, porque...estremeço só de pensar em situação imaginária, mas nãoirreal, que por teias tecidas p'lo diabo do destino eu meencontrasse um dia, em mata qualquer africana, de arma na mãofrente a frente com neto de meu avô paterno que, emigrante porterras de Angola, deixou (também) prole afro-descendente.</font></p><div align="center"><center><table border="5" cellpadding="5" cellspacing="5"bordercolor="#FFFFFF"> <tr> <td><div align="center"><center><table border="5" cellpadding="5" cellspacing="5" bordercolor="#808000"> <tr> <td><img src="http://img.photobucket.com/albums/v642/Seven2005/manuelneves1.jpg" alt="Image hosted by Photobucket.com" width="152" height="256"></td> </tr> </table> </center></div></td> <td><font size="2" face="Tahoma"><strong><p align="justify">Meu avô, Manuel Neves, que partiu para Angola nos anos 30 do século passado e que jamais regressou. </strong></font><br><font size="2" face="Tahoma"><strong>Apesar de não poder esconder uma certa mágoa por se "ter esquecido" das suas origens, presto-lhe devota homenagem.</strong></font></p> </td> </tr></table></center></div><a name="comentariobesta"></a>