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Euro2004 a 8 mil Km IV
Portugal 2 2 Inglaterra
(6-5 p)
... umacasa portuguesa, com certeza!
(foibonita a festa, pá!)
Senti-me em casa, ora pois!
Em ambiente escaldante, de verde,vermelho e amarelo vestido e onde não faltaram os sons dos bombos e acordeãoeu vibrei com o apuramento da Selecção Nacional Portuguesa para asmeias-finais do Euro 2004 em jogo sofrido, suado e chorado, mas com vitórialusa bem merecida!
Como referi no último apontamento era minhaintenção ir visionar o Portugal-Inglaterra "entre pares",juntamente com outros portugueses. Certamente que encontraria vários desseslocais na vasta imensidão desta cidade, mas diga-se que muitos fogem ao meuconhecimento e a Associação Portuguesa de Desportos a Lusa fica muito distantedo local onde resido. Por outro lado havia uma razão especial para ir até à Casa de Portugal aquiem São Paulo.
Bem especial diga-se, pois não é todos os dias que se tem aoportunidade de reencontrar alguém com quem já convivemos, acima de tudoestando a oito mil quilómetros de casa. É que o acaso tem destascoisas. É imprevisível e quando menos se espera estamos perante uma situaçãoque jamais esperaríamos. Por isso é que lhe damos importância. Assim, um diadestes estavaeu vidrado com a reportagem televisiva referente à festa da comunidadeportuguesa no final do Portugal-Espanha e no citado ponto-de-encontro luso, quandome deparei com uma cara conhecida dos tempos matemáticos lá pelas bandas doDouro. Ao sabor das ondas das novas tecnologias, segue mail para aí, paraaqui e para ali e ficou feito o contacto. Assim no dia 24, dia de S. João, odestino de (mais) um lusitano era a Casa de Portugal de São Paulo.
Ainda não passavam cinco minutos das 15 horasquando entrámos, eu de emblema da Briosa ao peito e a minha companheira trajando nosombros lenço tipicamente português, no átrio do majestosoedifício da Casa de Portugal. O murmúrio próprio de situações ansiosas, eque muito nos caracteriza segundo dizem, chegou até mim. Em olhar de relancelogo os meus olhos se depararam, embevecidos, com cachecóis, bandeiras ecamisolas com as nossas cores e no meio daquela pequena multidão o patrícioque ansiava abraçar.
Venha daí aquele abraço, pá!
Como vais? Que te trouxeaté cá? Os teus pais? A tua irmã minha aluna? Eu casei e por cá estou....
Poucomais se poderia adiantar na conversa, apesar de se desejar mais e mais, mas eraaltura de nos sentarmos em frente aos dois telões televisivos colocadosno soberbo salão de festas sito no rés-do-chão. Os minutos voavam em direcção ao quarto para asdezasseis. A hora das emoções aproximava-se e é sempre bom lembrar que alocalização mais ocidental desta região faz com que o relógio ande "atrasado" quatro horas por esta altura do ano.
De pé,respeitosamente, escuta-se e canta-se o Hino Nacional Português, a versãooficial d'A Portuguesa, poema da autoria deHenrique L. Mendonça e musicado por Alfredo Keil.
À mudez inicialprovocada pelo gélico golo inglês, a plateia de imediato começou a respondercom gritos de incentivo, como se a Luz fosse ali mesmo, a cada vez que os Kinaspegavam na bola. Os bombos troavam.
Ao intervalo umas "modinhas" bemportuguesas fizeram-se ouvir e não faltou um ou outro parzinho a ensaiar unspasses de dança. No bar, entre um trago e o saboreio de gostosas azeitonastransmontanas, a esperança era a palavra de ordem na amena cavaqueira queespontaneamente se gerou entre gentes com um ideal comum, a vitória da Equipadas Quinas.
Vai, pá. É agora, carago... gritava-se aplenos pulmões pelo "alívio" que tardava e rogavam-se pragas aofilho-da-mãe do relógio que não parava... afinal estávamos numa casaportuguesa, com certeza!
A (primeira) explosão veio com a cabeça de Postiga.Abraços, beijos, mas não muitos... pressentia-se o sofrimento para a prorrogação,como por aqui se diz.
Portugal começou o prolongamento com gana e raça, tomandoconta do jogo. A malta entusiasmada com o domínio luso adivinhava queiria ser questão de minutos...
E ao minuto vinte desse períodosuplementar, Rui Costa fez abanar a Casa de Portugal.
Pareciaque o "amigo inglês" estava despachado. Mas... Os deuses assim não oentenderam e cinco minutos depois, no tradicional chuveirinho inglêspara a área adversária, "caiu pedra" que gelou as mais de duas centenas de pessoaspresentes. Voltava tudo ao início. Não deixei de me perguntar onde é que os deuses futebolísticosteriam ido buscar argumentos para nos castigar desta maneira, pois nem nos tínhamosportado nada mal, antes pelo contrário. Seria para colocar à prova o coração de cada um de nós?
A desilusão depressa se esfumou e regressou a esperança. Que maisse elevou com o falhançoespectacular da estrela "spaicial" na marcação daprimeira penalidade. Portugal estava no bom caminho, tanto que já tinhaconvertido os dois primeiros penalties, mas Rui Costa, o herói de há minutos, rematoupor cima da barra. Tudo igual novamente.
Que desejáveis ó deuses? Tornar o goleiro Ricardo num de vós, não?
E como ele passou noteste. De mãos nuasdefendeu e de pés bem calçados levou o esférico, com raiva e de forma primorosa, a beijaras redes de sua majestade.
Puummm... buummm... catrapum, pumpum... nem consigo descrever os sonsda explosão de alegria que se seguiu e nem a minha mente se lembra de coisaigual.
As bandeiras elevaram-se bem ao alto e os cachecóis esvoaçaram emfrenético agitar. As pessoas abraçavam-se, beijavam-se e havia choro e risos...é verdade pá, acredita, estávamos numa casa bem portuguesa, com certeza!
Este Salazar nada tem a ver com o "teu amigo".
O que andas a ler... "obrigas-me" a revisitar o pa...
Adorei a parte final da recomendação, O limão foi ...
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