Osjornais fizeram eco da rusga ou blitze, como por aqui se diz, feita pelapolícia em festa de migrantes brasileiros em Portugal. [notícia]
Nada contra aacção policial, que nada terá de ilegal, mas confessamos que não gostámos dese ter levantado a hipótese de "perseguição" ao migrantebrasileiro. Ficámos deveras apreensivos e não se vá pensar que só agora (por estarmos a viver em paísestrangeiro) é que ficámos sensibilizados com estes dramas ou que nostornámos solidários por estamos numa situação idêntica ou que tememos represálias.Nada disso e quem nos conhecesabe bem que a nossa permanência legal no Brasil foi adquirida por outros meiosque não o vínculo laboral.
Mesmo comas taxas de desemprego a subir devemos ser conscientes e lembrarmo-nos quePortugal, devido à sua condição de país migrante por excelência, tem a"obrigação moral" de ser hospitaleiro para com as gentesestrangeiras que aportam ao seu território devendo dedicar até um carinho bem especial(pela história comum, mesma língua, laços culturais) para aquelas pertencentes à chamadaLusofonia.
É verdade que a ilegalidade temde ser combatida, mas sabemos que nem sempre são dadas as condições (económicas)mais favoráveis e menos burocráticas para o migrante conseguir a legalidade...e nem é nosso intuito, aqui e agora, falar da exploração que sofre estamão-de-obra muito mais barata (e silenciosa) sem contrato de trabalho.
É nosso desejo que o desabafo doPresidente da Casa do Brasil não tenha passado disso apenas... de umdesabafo... é que, por princípio de formação, de maneira alguma toleramos a"caça ao homem", a esse homem não criminoso, que apenas (ainda) nãoconseguiu reunir as condições necessárias para poder circular livremente na terraonde ele sonhou, um dia, ganhar uns cobres para melhorar a sua (e da família)qualidade de vida.A propósito