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Ocoração tem razões que a própria razão desconhece...
Voz doSeven não encontrou outro meio para tentar explicar o estadomental em que se encontra se não socorrer-se daquele rasgo deeloquência atribuído a Pascal. A mente fervilha, mas parece quefica paralisada por de tal modo estar fixada em coisas bemdistintas do que se propunha... tudo por culpa, pensamos, de umasimples notícia sobre bonecas de epiderme trigueira.
Mas,porquê este amor ao"continente negro" ou àquilo que lhe diga respeito?Não dá muito para perceber, pois não podemos afirmar que aÁfrica nos corre nas veias já que nem sequer algum dia colocámos os pés no feudo espanhol de Ceuta. Será que virão à tona damemória os fragmentos de uma instrução recalcada d'amor àsex-colónias ou a presença de familiares e amigos nas ditas? Ouserão os estilhaços de uma mistura de ansiedade, medo,mistério e curiosidade em uma guerra colonial onde afinal nãochegámos a ir? Que assim seja, mas certamente que a esta nossaafeição por África não será alheio o facto de vermos tantainjustiça perante o continente em si e num particular perante osnaturais e seus descendentes, que à força da escravidão, seespalharam por outros continentes.
Passívelde ser atacado de saudosite colonial,Voz do Seven marimba-se para os que assim pensarem e estádecidido, o Voz vai erguer um pequeno dossier em homenagem aocontinente que até a geografia brindou com modelo tãomaravilhoso quanto curioso que encaixa como puzzle na América doSul
No
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GRAÇAMACHEL
O GIZ É MAIS FORTE DO QUE O FUZIL="2">
A mulher do líder negrosul-africano Nelson Mandela defende a educação como a maispoderosa arma contra a desigualdade e apela aos jovensbrasileiros para que estudem e lutem por um mundo de justiçasocial
OS JOVENS TÊM COMO DEVER CONTINUAR AS LUTAS QUE A MINHA GERAÇÃO COMEÇOU" |
Como a maior parte dos heróisafricanos, ela é desconhecida da maioria dos brasileiros. Seunome só passou a ser mais familiar em 2002, quando se tornou amulher do líder negro sul-africano Nelson Mandela. Mas isso é ode menos. Embora tenha se casado com dois dos maiores líderes docontinente, a moçambicana Graça Machel não precisa dosobrenome deles para se inscrever entre as mais importantespersonalidades de toda a história dos países de línguaportuguesa. Considerada pela ONU a maior especialista do mundosobre o impacto da guerra nas crianças, ela preside atualmente aFundação para o Desenvolvimento da Comunidade, FDC, cujaprincipal função é promover suporte educacional para osjovens.
O trabalho não é pouco. Afinal,trata-se de um país que está completando em 2005 apenas trintaanos de independência de Portugal - e que passou quase metadedesse período de liberdade mergulhado num banho de sangue quedeixou 1 milhão de mortos. Graça conviveu de perto com a guerradurante quase 27 de seus 59 anos de idade. Ela mal tinha passadodos 20 quando se alistou na Frente para a Libertação deMoçambique, a Frelimo, uma organização que lutava pelaindependência do país. Nas fileiras da milícia, usou o gizpara ensinar seus companheiros de trincheira, que por sua vez lheensinaram a usar o fuzil. Da união dessas duas armas, após dezanos de conflito armado, Moçambique tornou-se independente.
A luta, porém, ainda estavalonge de acabar. O governo marxista moçambicano passou aenfrentar Resistência Nacional Moçambicana, Renamo, um grupofinanciado pelo regime racista da África do Sul. Foram quasedezessete anos de guerra civil, encerrada em 1992. Mesmo emcircunstâncias tão adversas, Graça foi ministra da Educaçãoaté 1989, elevando de 40% para quase 90% o número de criançasmatriculadas na escola. Nesse meio tempo, ficou viúva de SamoraMachel, o presidente da Frelimo e maior estrategistamoçambicano, morto em circunstâncias jamais esclarecidas naqueda de um avião em 1986. Sempre que pôde optar, preferiu ogiz ao fuzil. "Nós sabemos por experiência própria o quea educação pode significar para uma criança", afirmaGraça. "Durante toda uma vida, vimos uma geração decrianças que foram armadas com educação erguerem umanação." Apesar de um trabalho que não tem fim, ela abriupara Raça Brasil as portas do seu gabinete em Maputo, a capitalmoçambicana, onde concedeu a seguinte entrevista:
Raça="2" face="Tahoma"> - Quando se fala em GraçaMachel, a associação imediata que se faz é com educação ecom crianças e jovens. De onde vem essa prioridade?
Graça="2" face="Tahoma"> - A Frelimo fazia muita questão de queos soldados não fossem apenas militares. Tínhamos de estarpoliticamente conscientes daquilo que estávamos fazendo, doporquê de estarmos lutando, do porquê de querermos aindependência. Por isso, a informação era fundamental. Nóselaborávamos as notícias, líamos os noticiários e fazíamoscom que o campo se mantivesse informado. Por outro lado, eu davaaulas à noite para as moças do nosso grupo que não sabiam ler.Uma das minhas instrutoras, por exemplo, me dava aulas durante odia, mas à noite ela era minha aluna. Participei dos programasde alfabetização e dos programas de cultura, e até organizamospeças de teatro. Isso tudo quando eu estava no campo. Quandofizemos dez anos de luta armada, fui para o interior do paíscontar essa batalha, por meio das histórias de vida das pessoas.Recolhemos muitas informações junto aos jovens, às mulheres eaos camponeses. A Frelimo queria ver o que aqueles dez anostinham significado na vida das pessoas. Em resumo, esse era opapel do grupo do qual eu fazia parte: instruir, informar eensinar os companheiros de luta.
E as crianças e osjovens? O que é mais importante para essa geração?
Eu tenho uma mensagem que serve simultaneamente aos jovensbrasileiros e aos moçambicanos. Nós temos muita coisa em comum,somos países dos mesmos trópicos, falamos a mesma língua, masnão temos explorado muito a comunicação, no sentido de sedarem as mãos na luta por sociedades mais justas. É necessáriocriar mais pontes de comunicação e de intercâmbio entre osjovens de nossos países. É preciso estreitar a solidariedade,com a consciência de que ainda existe muita injustiça no mundoe que eles têm como responsabilidade dar continuidade às lutasque a minha geração começou. Atualmente, os jovens têm umambiente com mais facilidades e podem contar com condiçõesmuito melhores do que as que tivemos no passado. Meu apelo é:estudem, informem-se, dêem-se as mãos, abracem-se e, juntos,lutem por um mundo de justiça social.
Moçambique tem apenastrinta anos de vida independente. Qual foi a maior conquista doseu país nesse aspecto em tão pouco tempo?
Nosso país passou nesse período por vários processossobrepostos, mas eu acho que a principal conquista, sem dúvida,é a de sermos independentes, é a de sermos um Estado soberano.Para quem viveu alguns anos no período colonial e conhece adiferença entre uma coisa e outra, não há dúvida de que ofato de termos a nossa própria identidade, de sermosmoçambicanos, de termos a possibilidade de tomarmos decisõessobre aquilo que queremos ser, sobre aquilo que queremos que onosso país seja, são conquistas que não podem ser medidas.São valores sagrados.
E para a mulher?
Posso dizer que nem nas sociedades tradicionais, nem no períodocolonial, a mulher foi valorizada. É a independência quevaloriza a mulher moçambicana e lhe reconhece o direito de sercidadã plena e participar de todos os níveis de decisão. Aindatemos um caminho longo pela frente, mas uma mulher sentada a umamesa de negociações era impensável do ponto de vista dassociedades tradicionais. Os portugueses não colocaram uma mulherna mesa de negociações, mas a Frelimo, sim, porque játínhamos uma política de valorização e reconhecimento dopapel da mulher na sociedade. Essa é mais uma conquistamarcante.
E qual foi o seu papel naluta pela independência?
Depois da luta armada, vieram as negociações que puseram fim àguerra colonial. Um dia, fui chamada para participar do grupo quefez as negociações com Portugal. Para mim, foi uma experiênciamuito importante me sentar à mesa de negociações com osportugueses. Naquele momento, porém, era preciso transferiraquilo que era combate no sentido literal da palavra para o planodas idéias. Tínhamos que dizer por que nossa luta era justa,por que eles estavam do lado errado, por que tinham de aceitar eassinar a rendição. Eles tinham que declarar que haviam perdidoa guerra e isso não era uma coisa muito fácil. Participeidessas negociações que culminaram com a assinatura do acordo depaz em setembro de 1974.
O que aconteceu depois daconquista da independência?
Foi uma experiência emocionante. Eu tinha 28 anos e vivi ummomento único, porque esses momentos não se repetem nunca.Acontecem uma única vez na história. Foi muito bom para mim tersido parte disso, parte da história de meu país. Importantepara a África Austral também, porque a Frelimo foi o primeiromovimento de libertação que venceu militarmente uma potênciacolonial, fomos os primeiros a forçar os colonizadores a assinara rendição e proclamarmos a independência. Nós proclamamos aindependência, nós não recebemos a independência das mãos dePortugal. Foi uma conquista muito importante, levando- se emconta que aqui na África Austral havia o domínio de regimescoloniais, ilegais, racistas - os portugueses em Moçambique eAngola, o apartheid na África do Sul, os ingleses na entãoRodésia. Nós revertemos essa situação, não só paraMoçambique, mas para toda a África Austral. Logo depois, veioAngola. Depois de Angola, não foi por acaso que no Zimbábue, aantiga Rodésia, o movimento de libertação também ganhouforça. Eles tinham o nosso apoio, pois éramos independentes eem 1980 eles proclamaram sua independência também. Ou seja, aindependência de Moçambique e de Angola acelerou a queda dosregimes racistas na África Austral.
MAIS DO QUE FAZER DE MIM UMA VIÚVA, A ÁFRICA DO SUL FEZ DOS MEUS FILHOS ÓRFÃOS. MATARAM O PAI DOS MEUS FILHOS E ISSO EU NÃO CONSIGO PERDOAR |
Por falar nisso, o regimeracista da África do Sul foi um dos maiores inimigos dosmovimentos de libertação na região. Como o apartheid atingiu asenhora?
É evidente que a coisa mais dolorosa, além de todos osaspectos políticos, foi o pessoal, com o assassinato de SamoraMachel. Eu sei que foram eles que o assassinaram, todo o mundosabe, mas infelizmente eu não tenho como provar. Mais do quefazerem de mim uma viúva, a África do Sul fez dos meus filhosórfãos. Eles reproduziram em mim uma experiência que eu jáhavia passado. Sempre tive muito orgulho de ver os meus filhoscrescerem podendo dizer "pai". Eu não pude dizer eficava muito feliz de ouvir meus filhos dizendo "papa",de vê-lo levando-os nos ombros como todos os pais fazem. Elesassassinaram o pai dos meus filhos e isso eu não consigoperdoar. Eu sou apenas um exemplo, mas são centenas, milhares depessoas que perderam seus filhos, perderam seus irmãos, seuspais. A guerra aqui nesses países teve um impacto que nós nãoconseguimos avaliar. Acho que nós decidimos pôr uma pedra emcima, porque seria extremamente difícil prosseguir se nóscontinuássemos remoendo o passado. Não sei se um dia poderemosdestrinchar tudo, mas neste momento, pelo menos, é impossível.
Como foi que a jovemprofessora Graça, que tinha o privilégio de morar na Europa,abriu mão desse conforto para se arriscar na luta armada?
Naquela altura, todos nós, de uma maneira mais ativa ou menosativa, éramos movidos por um sentimento nacionalista de lutarpela independência. Eu ainda era estudante em Portugal quandocomecei o contato com a Frelimo, pelos idos de 1969, 1970. Masdeixar Portugal e ir para a Tanzânia para ser soldado sóaconteceu em 1973, quando eu já era parte de uma célulaclandestina em Portugal. No momento em que as coisas começaram aapertar e os olhares já estavam muito desconfiados, eu senti aameaça de que podia ser presa. Então pedi instruções à nossasede e eles me autorizaram a deixar Portugal e ir direto para otreino político-militar. Trabalhei alguns meses nas zonaslibertárias da Frelimo na Tanzânia. Depois, fui para uma escolasecundária que a Frente tinha criado, onde eram formados osquadros de jovens que terminavam a escola primária e iam para asecundária. Exerci também a função de vice-diretora dessaescola.
Quais eram as principaisações da célula clandestina da qual a senhora fazia parte?
Meu grupo tinha a missão de recolher dados que pudessem serúteis para a nossa sede. O que interessava era saber sobre aevolução da situação militar dentro do exército português.As informações decisivas vinham do que eles chamavam de Centrode Estudos Estratégicos, onde os generais faziam a formaçãodos novos oficiais. Eram informações de primeira mão e muitoimportantes. Nós conseguimos infiltrar um jovem que era ummoçambicano branco. Por causa de sua cor, não desconfiaramdele. Pensavam que era português e ele conseguiu nos dar asaulas que os generais ministravam na formação dos novosoficiais. Ele nos passava as estratégias que deviam ser seguidaspelos soldados portugueses que iriam combater na Guiné, emMoçambique e em Angola. Nós obtínhamos essas aulas comdetalhes, sabíamos o que os generais portugueses diziam, o diaem que viriam. Depois, quando fui para a Tanzânia, fiz o treinomilitar como qualquer outro soldado.
Como aconteceu atransição de soldado para mulher de Samora Machel eprimeira-dama de Moçambique independente?
Antes de ir para Portugal, eu conhecia Samora de vista. Quandofui fazer o treino político-militar, ele já era presidente daFrelimo e eu apenas um soldado raso. Mas como eu tinha acabado dechegar da Europa, onde tinha estudado, feito uma faculdade, eleme procurou com o objetivo de entender o cenário de Portugal.Estava viúvo de Josina Mache havia quatro anos. Samora me faziamuitas perguntas, queria entender tudo e nós tivemos debatesmuito interessantes. Acho que foi ali que começamos a nosdescobrir como pessoas. Eu estava ali falando com o meupresidente e ele com um soldado. Mas de soldado para presidente,no meio daquelas conversas repetidas, começou a surgir uma certaquímica. Assim nós nos aproximamos
E Nelson Mandela?
Essa é uma história muito complicada. Na minha vida, os doishomens com quem me casei são para mim um misto de marido eherói. São os meus heróis e agora são heróis de vocêstambém. Eu posso dizer que, com o tempo, aprendi a conciliar avida pública com a vida pessoal. A verdade é uma: NelsonMandela é herói de todos nós, mas é ao mesmo tempo aquelapessoa com quem partilho detalhes da vida, é meu marido, é paidos meus filhos e o meu melhor amigo.
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Para todos os gostos ebolsos, bonecas são o presente tradicional do Dia das Crianças.Diferentes modelos devem agradar a crianças de todas as idades epor que não adultos?
DAYANNE MIKEVIS
FOTOS MÁRIO LEITE
Ainda é jovem quem selembra de uma infância passada em brancas bonecas. Hoje opçõespipocam aqui e lá. Há bebês perfumados, os que mamam, os quefazem barulho. Da linha Barbie, a Califórnia traz modelosmasculinos e femininos cheios de ginga. E, por falar emmovimento, nada melhor para a meninada do que aprender sobreigualdade brincando, com a Susie Axé. Parte da receita da vendadas bonecas é destinada ao Projeto Axé na Bahia. Mas enquantoas meninas podem aprender auto-estima brincando, a coisa ficamais complicada para os meninos, para quem a gama de produtosdisponível é muito menor. Uma das opções, o boneco Morpheusde Matrix, é difícil de encontrar. Super-heróis, bom,raridade! Novidades estão vindo neste sentido, como a coleçãoManos do Hip Hop, com bonecos que cantam em inglês e se movem,que deve estar nas lojas a partir de outubro.
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Este Salazar nada tem a ver com o "teu amigo".
O que andas a ler... "obrigas-me" a revisitar o pa...
Adorei a parte final da recomendação, O limão foi ...
MOMENTOS SÃO PAULO
Perdida em casa
A gata do Canindé
A [barata] tonta da Paulista
Tanto Mar
Big desilusão
Estação da Luz
Paz no Mundo
Bar do Quim
LUSA, subida 2011
Papai Noel
Os pecados [confessáveis] de uma menina bem
A Marquesa de Sernancelhe
Dia do Sim
En-laço
MOMENTOS SÃO PAULO