Voz do Seven

Já imaginou, caro leitor, como será o mundo daqui a 100, 500, mil anos? Que encontrará nas suas escavações o arqueólogo desse tempo futuro? Será que a carcaça do rato/mouse que agora acaricia terá chances de ser descoberta?

Deixaremos vestígios suficientes para que esse arqueólogo construa a história da nossa "civilização"?
Pensando nisso a
Agência Carta Maior pediu a médicos, arqueólogos, escritores, filósofos, ensaístas e também a humoristas (Chico Anysio) que, de modo a facilitar o trabalho do tal arqueólogo do futuro, lhe escrevessem dando-lhe dicas sobre o nosso mundo actual para uma melhor compreensão dos destroços a encontrar.

Convenhamos que o desafio é audaz. E talvez cada um de nós o devesse fazer falando não só dos entes físicos que deixamos, mas também falar sobre a nossa maneira de pensar, os nossos anseios, as nossas lutas em prol de um mundo melhor ou o acomodamento perante as injustiças, os amores e desamores, os medos e frustrações, os erros e acertos, o que fizemos e o que deixámos de fazer... quem sabe se esse arqueólogo do futuro não irá examinar o que dele ou para ele redijo neste momento?

Com votos de boa leitura, uma leitura aconselhável que nos atrevemos a chamar de obrigatória, fazemos a ligação às várias cartas enviadas ao arqueólogo do futuro e publicadas pela CARTA MAIOR, dando ênfase à última escrita por Jorge Furtado

Escave aqui, escave lá! Somos o país mais injusto do planeta, em nenhum lugar como aqui há tanta diferença entre ricos e pobres, o que talvez dificulte a análise de suas descobertas. Cave com critério, há favelas vizinhas de palacetes, muitas crianças morrem de fome por minuto enquanto bolsas para senhoras são vendidas por 5 mil dólares....