Voz do Seven

eis a mais delicada das questões

Nos últimos dias as televisõesde todo o mundo têm mostrado imagens demanifestações violentas em cidades como Beirute ou Damasco contra embaixadasou consulados "ocidentais" nomeadamente da Dinamarca.Essas manifestações têm partido da parte de seguidores do islamismo que sesentem ofendidos pela publicação de charges ou cartoons doProfeta Maomé por um jornal dinamarquês e depois reproduzidas por outraspublicações europeias.
Intrigados perguntávamo-nos que caricaturas seriam essas que tanto tinham ofendido osseguidores do Profeta. Os jornais falavam nelas mas não as mostravam às claras enem as suas edições on-line faziam ligações às ditas.
Por mero acaso,acreditai, Voz doSeven conheceu-as hoje. Foi no blog de
Josiasde Souza um colunista do FOLHAONLINE. A questão agora, para Voz do Seven,é se deve dá-las a conhecer aos seus leitores sem ser acusado de fomentador deódio contra o islamismo. Acreditai que o nosso intuito não é publicá-las no sentidoque os jornais o fizeram e antes sim divulgar, dar a conhecer parase analisar serealmente devemos considerar tais imagens como ofensivas.
Atente-se que pautamos pela liberdade religiosa e pelo respeito à crença decada um. Seja qual for essa crença, saliente-se. Não tomamos partido denenhuma delas e em verdade vos dizemos que por vezes nos sentimos felizes pornão sermos seguidores fiéis de qualquer uma das crenças, é que assimlivramo-nos, por exemplo, de aceitarmos as aberrantes ideias das "lutas do bem contra omal" e de tomarmos parte em "cruzadas" e também, pelos comentários que lemos aqui e ali nos mais variados sítiosda internet, nos livramos de estar incluídos nesse "mundo ocidental" que criticandoduramente o povo islâmico pela onda de violência (é de criticar semgeneralizar e sem ofender um povo) falam abertamente em liberdade de imprensa e defendem que ascaricaturas devem ser publicadas.

Questiona-se...

As caricaturas deveriammesmo ser publicadas? Sabendo-se da devoçãoextrema que esses povos têm a Maomé e à sua religião em geral, as charges deveriam vir à estampa erepublicadas só em prol dessa liberdade de expressão sem se pensar um pouco naofensa que poderiam carregar? Seja considerada retaliação ou não, a
LigaÁrabe-Europeia jácomeçou a divulgar no seu sítio na internet charges contendo mensagensofensivas aos judeus a primeira das quais mostra Hitlerna cama com Anne Frank,dizendo-lhe para  escrever a cena no seu Diário, e um jornaliraniano até já promoveuum concurso de cartoonssobre o Holocausto... sempre em prol da liberdade de imprensa.... saberemos nós(mundo ocidental p'ro judeu) acatar com um sorrisinho nos lábios? E se um heregequalquer se lembrar de colocar Cristo na cama com  MariaMadalena, suacompanheira, como é alvitrado n' A Última Tentação de Cristo e no Código DaVinci? Teremos (mundo cristão)  estômago para aguentar tamanhamanifestação de liberdade de expressão?
A propósito de liberdade de expressão vem-nosainda à memória um casopassado em Portugal (1992) que fez levantar bispos e arcebispos a gritarblasfémia e que também fez mover católicos em abaixo-assinado contra um
cartoonde António publicado no semanário Expresso em que retratava o Papa João PauloII com um preservativo no nariz.
O mundo católico sentiu-se ofendido? Acreditamos que sim, mas a liberdade deexpressão não é válida aqui? Também não é válida na obra do Nobel JoséSaramago, O Evangelho Segundo Jesus Cristo, que teve honras de veto por parte daSecretaria de Estado da Cultura de então, foi censurado pelos bispos econsiderado como leitura desaconselhável aos católicos?

Dois pesos eduas medidas? 

Voz do Sevendeixa-vos em reflexão, deixa-vos com as palavras do editor de publicação britânica (TheSpectator): "Liberdadede expressão significa também exercer bom gosto e não publicar algo queconsideramos ofensivo" e com artigo de Armindo Trevisan, RespeitemosMaomé, publicadono CARTA MAIOR e que nos relata que "É hora de a ONU tentar um acordomundial sobre o respeito às convicções religiosas."