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O título nãoé nosso
O título édado pelo jornal espanhol EL PAÍS (é sempre proveitoso tomarmosconhecimento de como os "outros" nos vêem) à reportagem sobre avisita oficial do Primeiro-Ministro português à República de Angola e cujatradução transcrevemosna íntegra a partir do portal brasileiro UOL.COM.BR (daí fica o aviso de que aortografia usada é a vigente no Brasil).
(artigo do jornal espanhol ELPAÍS e publicado pelo portal brasileiro UOL.com.br. A ortografia é ausada no Brasil e corrija-se que José Sócrates tem 48anos e Nabeiro o nome do empresário dos Cafés Delta)
Portugal volta a Angola
O chefe do governo português viaja a Luanda à frente de um grupo de empresários para promover os investimentos na antiga colônia africana
Miguel Mora enviado especial a Luanda
Foi um desembarque em regra. Pacífico, mas maciço. A maior comitiva portuguesa da história em Angola trouxe a Luanda cerca de 200 pessoas: com o primeiro-ministro José Sócrates na liderança, 80 empresários de todos os setores estratégicos (cujas companhias geram 30% da riqueza portuguesa), cinco ministros, vários secretários de Estado e 25 jornalistas.
Angola, a mais rica e prestigiada colônia portuguesa de ultramar, completa quatro anos de paz depois de 13 de guerra de independência e outros 27 de guerra civil. Portugal voltou com 225 milhões de euros em investimentos ao lugar que dominou durante 400 anos, disposto a esquecer "os erros do passado" e a construir "um futuro de igualdade e prosperidade". José Sócrates explicou os jornalistas no avião que sua visita responde ao enorme interesse dos empresários portugueses por se implantar e garantir melhor seus investimentos em Angola. Seu secretário de Estado de Cooperação, João Cravinho, resumiu a nova filosofia bilateral com o slogan: "Caridade não; sociedades mistas sim".
O ministro das Relações Exteriores, Freitas do Amaral, insiste na importância estratégica e política que os países de língua portuguesa na África têm para o Portugal do século 21. "Temos uma relação muito especial com Angola; compartilhamos história, língua e cultura. Fizemos algumas coisas erradas e agora queremos fazê-las melhor", disse Sócrates na quarta-feira, depois de assinar meia dúzia de acordos com o governo angolano.
Junto com o primeiro-ministro estava o presidente da República, José Eduardo dos Santos, no cargo desde 1979, que se confessou "emocionado" e animou a "querida Portugal" a continuar aumentando seu investimento "público e privado" em Angola. O tom afetuoso mas ao mesmo tempo implacável do presidente que varreu do mapa a guerrilha rival da Unita em 2002, depois da morte de seu líder, Jonas Savimbi, indica que o movimento estratégico de Portugal em relação a Angola se baseia tanto em motivos sentimentais quanto pragmáticos.
Por um lado, a depauperada ex-metrópole precisa de clientes pujantes para aumentar as exportações que a globalização lhe tirou (Angola importa produtos portugueses no valor de 800 milhões de euros e é seu segundo cliente fora da UE, atrás dos EUA). Sócrates, aos 42 anos, talvez seja o único primeiro-ministro português até hoje que não foi marcado diretamente pelo trauma angolano. Dos Santos, que aos 63 conheceu de perto todos os líderes da democracia lusa, sabe muito bem disso.
O dono dos Cafés Delta, o histórico e veterano empresário Rui Naviero, que viveu a saída de 1975 muito de perto, lembra que das centenas de milhares de portugueses que viviam e combatiam então em Angola só algumas famílias se atreveram a ficar depois do 25 de abril. Ele foi um dos poucos: "Fiquei, mesmo sabendo que estava jogando minha vida. Mas se perdesse aquele carregamento de café perderia tudo". Angola era então o segundo produtor de café do mundo. Hoje é um país destruído e fica em 160º lugar na lista global de desenvolvimento da ONU. Tem tudo por fazer: este ano seu PIB crescerá 27% e, como diz Naviero, "continua tendo o solo mais rico do planeta, embora sua produção de café nem apareça nas estatísticas".
O comendador ainda mantém a plantação e fábrica a 30 quilômetros de Luanda. "Nós podemos ajudá-los a refazer essa indústria", afirma. O maior problema é que depois de viver quatro anos de paz e ordenar pouco a pouco suas instituições e sua inflação (chegou a 4.000% e hoje beira os 10%), Angola é mais uma vez a nova terra das oportunidades. Atraídas por sua liquidez, seus recursos minerais ainda por explorar e a enorme tarefa de reconstrução e construção que oferecem 40 anos de guerra, as grandes potências fazem fila para explorar diamantes, estradas e petróleo: China, EUA, África do Sul, Israel, Brasil, Coréia do Sul, Itália...
Portugal tem vantagens competitivas diante de todos eles: compartilha a língua, mantém laços de afeto e conhece o país como ninguém. Sócrates também salientou que Portugal pode ajudar a economia angolana a ganhar credibilidade (a corrupção, a burocracia e a insegurança jurídica continuam na ordem do dia). E Angola parece confiar mais que em ninguém nos empreendedores portugueses, quase os únicos que se atreveram a vir durante a guerra civil.
Mas, logicamente, foi a paz que acionou o esperado retorno: hoje há mais de 200 empresas portuguesas atuando em Angola. O investimento português passou de 5 milhões de euros em 2001 para 83 milhões em 2005.
Há vôos diários de e para Lisboa; nunca há passagens e custam US$ 1.500.
Entre os 80 empresários que vieram com a comitiva oficial (outros 150 ficaram de fora por falta de camas) há quase de tudo, público e privado:
construtores, banqueiros, petroleiros, editores, fabricantes de aço e de refrescos, holdings de turismo, distribuidores de energia, operadores de telecomunicações, grupos modernos, empresas médias, velhas fortunas... A lista mostra que a colaboração bilateral já é muito intensa em vários campos (coisa que, como salienta uma fonte diplomática, não acontece aqui com outros países). Agora é preciso que seja mais segura.
Portugal quer oferecer também uma "cooperação social mais densa" e tentará garantir de passagem que a lusofonia perdure: nestes dias foram assinados acordos para educação, informação, cultura, saúde, turismo, ciência e pesquisa; o país enviará 200 professores de português nos próximos meses.
Não seria raro que a lista de candidatos se multiplicasse por dez. O "bichinho angolano" continua picando milhares de portugueses. E mais ainda agora, que, como diz Américo Amorim, um dos empresários mais ricos de Portugal, sócio da petroleira angolana Sonangol e que começou a investir aqui há dois anos, "Angola é um país magnífico para investir. Tem problemas, como todos os países que vivem 40 anos de guerra. Mas em cinco anos será uma potência".
Este Salazar nada tem a ver com o "teu amigo".
O que andas a ler... "obrigas-me" a revisitar o pa...
Adorei a parte final da recomendação, O limão foi ...
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