Voz do Seven

Foi linda a festa, pá... ninguém se atrevia a dizer que o desafio se estava adisputar algures em território francês, tamanha era a moldura verde, vermelhae amarela nas bancadas... a Selecção Portuguesa afinal sentia-se em casa...bandeiras grandes e pequenas sempre em agitação... a Bandeira Nacional, esvoaçandoao vento pela frenética hospitalidade do emigrante luso, enviava ainda outrasmensagens como a daquele grupo de Viseu que desejou mostrar o seu apoio... euregistei, afinal estava entre beirões... os cachecóis... oh como são belos eeu por aqui ainda sem exemplar algum... o Hino, oh como é glorificanteouvir Heróis do mar nobre Povo cantado a uma só voz... diga-se em abono da verdade que, apesar de(confesso sem vergonha) nunca ter tido por hábito cantá-lo, a audição dosacordes do Hino faz com que meus pêlos se ergam... como sempre faço, ouvi emsilêncio, em respeito, não me levantei, mas senti...

Ah... o desafio, aquilo que menos me preocupava. Vencemos, toda a gente osabe e será assim que o desafio entre Portugal e o Luxemburgo disputado em Metz,França, em vésperas do Mundial 2006 será futuramente lembrado. Se gostei?Bem... na táctica não me vou meter, porque desde há muito que depositeiconfiança na equipa técnica que está à frente dos destinos da Selecçãoindependentemente de ser comandada por Felipe Scolari ou não. Como nãoé  matéria do meu labor (se percebesse de tácticas futeboleirascandidatava-me eu ao lugar, ora pois) limito-me a apoiar e a mandar umaspapalvas aqui e ali, como chamar espontânea, mas carinhosamente, nabo aojogador que falha o golo quando a baliza está escancarada.... como ao LuísFigo, por exemplo, quando depois de soberbo remate com o pé esquerdo chutou, naressaca e com o pé direito, ao lado. Já viram tamanho atrevimento em insultaro melhor (neste desafio e quanto a nós) elemento da Selecção? Mas todos sabemque são estas expressões que tanto nos caracterizam e que são ditas paraanimar o ambiente e se trago aqui o episódio é mais para gritar bem alto oquanto admiro o valoroso capitão das Quinas. O número se7e é raça e querer,é técnica, é personalidade e comando, é mística que tem o condão dedriblar o calendário. Se me é permitido, e já que costumamos fazer analogiacom o mui generoso Vinho do Porto (quanto mais velho, melhor), direi que LuísFigo é um nobre vintageque merece fazer parte das melhores colecções do mundo do futebol. Mereceu ogolaço e merece ainda especial referência a vibração colocada nos festejos.

Também temos notas negativas a dar... novamente o puto-maravilha fez asneirae deixa-nos cada vez mais preocupados quanto ao modo como reagirá em futuraspartidas do Mundial. Felipão não pode ser (mais) paizão e tem que ter umaconversa bem séria com Cristiano Ronaldo. Onde está a inflexibilidade quetanto te caracteriza caro Scolari? Admiramos o menino, mas ele tem que seconvencer que a missão dele é jogar a bola e não reclamar constantemente e demodos que implicam a sua expulsão do terreno de jogo (ontem como o desafio eraa feijões, o árbitro não quis estragar o espectáculo) o que acarretarátrabalho a dobrar para os seus colegas de equipa... não me querendo meter noassunto penso que o deveriam obrigar a visionar e a tirar as devidasilações do gesto irrefletido de João Pinto frente à Coreia no Mundialpassado.
É verdade que os luxemburgueses começaram a entrar a matar, não dando paraentender a razão de tamanha agressividade, e por experiência própria sei queisso cria uma alteração emocional muito forte, mas jogador de futebol de altacompetição não pode replicar desta forma tão notória.

Por último umanota muito, muito positiva para o equipamento apresentado pela Selecção dasQuinas... quer queiramos quer não a cor preta dá aquele toque exótico ímpar.

Quinas 3 0