Voz do Seven

Andava euentretido a tentar dar uma arrumação aos arquivos que inundam o disco destavelha máquina em que vos escrevo (arrumação esta que em termos práticos setraduz em atafulhar a lixeira, ficando as sobras ainda em arrumaçãodesarrumada tipo fotos em caixa de sapatos) quando me deparei com notícia maisou menos recente, tem mês e uns dias, que relatava um partoocorrido numaEstação de Comboios (Estação de Trem em perspectiva brasileira) em cidadeaqui bem perto, na chamada Grande São Paulo ou seja na sua Área Metropolitana.

Inevitavelmentea minha secretária (o meu estatuto de escriba vai subindo) enalteceu a coragemdesta verdadeira mãe-coragem, se me é permitida a repetição, e veio-me àmemória outra (parturiente) corajosa. O episódio passou-se há já uns bons anos numa freguesia do meumunicípio de Santa Comba Dão com a esposa de um amigo que entrou em trabalhode parto enquanto laborava no campo, na fazenda ou granja e se ainda quiserem,na chácara. Foi lá que deu à luz e anos mais tarde tive o prazer de conhecer aheroína e a menina que na altura já era crescidita e hoje já deu netosa seus pais.

Interrompo a varredura... a faxina seguirá dentro de momentos e entro em conversa animada com a secretária (também mereceuma pausa). Enquanto saboreávamos um cafezinho fumegante vieram à baila ospartos ocorridos em ambulâncias em que os bombeiros tanta vez são obrigados aagir como obstetras. Nesta troca de palavras incendiei um pouco aconversa imaginando a atrapalhação de um marido ao deparar-se nessa situaçãode pai/parteiro em que a Sala de Partos não é mais do que o banco traseiro doseu velho automóvel.
Ai credo,balbuciou a minha sócia (nesta empresa impera a democracia, a partilha depoderes e deveres, num instante é-se chefe e de imediato passa-se afuncionário das mais baixas esferas e diga-se que todos trabalham em comunhãotendo por objectivo o bem estar mútuo). A verdade é que é situação bempossível e não tão incomum, porque já tem sido noticiada e algumas vezesaté acontece que o mais deslumbrante acontecimento ao cimo da Terra, onascimento, se passa dentro de um Táxi e por essa razão é retratado ao ladodo recém-nascido, e em homenagem, um modelo com as antigas cores queornamentavam notoriamente as artérias das principais cidades portuguesas cujafoto foi tirada de um
siteinteressante, eminglês, recomendado para os amantes das 4 rodas principalmente da marcaMercedes.

Talvez pensandonos trabalhos em que um motorista se pode meter ao enfrentar uma destassituações, que convenhamos são deveras delicadas e às vezes complicadas, oupor já ter passado por uma delas, quem sabe, um articulista daSuperInteressante deu à estampa um artigo de título comofazer um parto dentro de um carro.
Como se diz quehomem prevenido vale por dois, que o seguro morreu de velho e ainda que o sabernão ocupa lugar, então aqui fica o recadinho para os nossos leitores,porque nunca se sabe.

Já sobre oapito faço o remate final que desejo certeiro e que bata bem no fundo das redes,borrifando-me se é em complemento de cruzamento com peso ou medida e se odito vem da esquerda ou da direita e também tanto me fazendo se é feito pelosete ou pelo dezassete... eh pá, desculpem, empolguei-me e já me imaginavaisolado na pequena-área lá nos gramados da Alemanha equipado a preceitode Quinas ao peito (quimera por culpa de uns calções da Selecção, da NossaSelecção, que tenho vestidos), mas dizia eu que em finalização, e porquetambém foram tema de conversa, quero enviar cumprimentos sinceros para a maltada Praça de Táxis da minha santa terrinha, referenciando o estimado Zé Pintoque me viu crescer e o meu primo Lau, porque é primo, ora, e também por me ternascido um sorrisinho trocista ao imaginá-lo na situação de parteiro.