Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]
A partida aconteceu há 4anos (tantos quantos já leva a minha permanência por terras brasileiras), mas eu aqui falo daquela que, de modo drástico, chamamos de partida ou viagem derradeira.Materialmente até sabemos que é, todavia, e tentando manter o próprio equilíbrio, a mente humana criou mecanismossábios demodo a suavizar essa ausência física e permanente e muitos de nós, mortais viventes,acreditam queessa ida será apenas o findar da nossa vida terrena e o começar de outra...que assim seja, consoante a vontade, a esperança ou fé de cada um.
Quanto a mim, bem, a minha mente diz-me que a partida é na realidade uma ida embora após termos cumprido a nossa "obrigação" terrena, é essa viagem sem retorno que a lei da vida (ou da sobrevivência da espécie humana) determina que seja cumprida, bastando-me acreditar no que mais desejo que é perpetuar as memórias... em constante aprendizagem, aprendo como enfrentá-las e a cantá-las emoração a meu jeito de modo a libertá-las do esquecimento, esseesquecimento a que Camões chama deLei da Morte.
Contudo, devo confessar que ando a passar por momento parco de ideias e devo confessar também que tive de me socorrer da transcrição de um poema, que um dia li e não esqueci, para melhor homenagear meu pai, Zé Neves, neste dia de 26 de Julho, dia em que no ano de 2002 aconteceu o que esperávamos, numa tarde de Sexta-feira que eu achava pouco provável, como já vos falei. Daautoria do admirável, citadono Voz, poeta brasileiro Mario Quintana (completaria 100 anos no próximodia 30 de Julho) o poema Espelho poderá vir bem a propósito se as asas da(minha) imaginação souberem pegar-lhe.
Espelho Por acaso, surpreendo-me no espelho: |
e talvez assustado também já que o "ataque do PCC" a que a fotose refere aconteceu bem perto de onde resido, em Vila Madalena, apesar de que omeu cantinho é, como direi, já num dos limites deste bairro que em artigo deontem, Domingo, O ESTADO DE S. PAULO apresentava como "... formada por umamistura de imigrantes portugueses, operários e estudantes, a Vila ganhou famade bairro alternativo ainda na década de 60". Aproveitamos para reproduziro citadoartigo, porque para além de vosfalar um pouco de Vila Madalena,também vos apresenta um dos cabecilhas do PCC que "por aqui nasceu,cresceu e apareceu para o mundo do crime" visto que, como em todo o mundo,a boémia e as drogas, e daí o crime, andam de braço dado.
Em opiniãoestritamente pessoal direi que, principalmente durante o Verão ou quando otempo não arrefece, esta zona é maravilhosa, à noite as ruas ficam apinhadasde gente, novos e velhos, há bares porta sim porta não e das vezes quefrequentei, principalmente logo após a minha chegada ao Brasil, nunca meapercebi de qualquer coisa de anormal. Só vi convívio fraterno, animado,salutar, violas, samba, canção... até me veio à memória, com a devidarelatividade, a Coimbra dos amores e dos encantos.
Voltando ànossa apreensão. O que se temiavoltou a acontecer. Repetiram-se, ou estarão a repetir-se, as acções deterror que nos deixam, a nós população de S. Paulo, deveras apreensivos eamedrontados. É verdade que dá ideia que, em relação a Maioúltimo, a intensidade é menor, no entanto o que nos deixa bastantespreocupados é que estas acções estão a recair sobre locais muitofrequentados pela população em geral e por mim em particular: ônibus(autocarros) incendiados, Bancos e supermercados baleados ou apedrejados, emsuma atacados, para além de ataques cirúrgicos a esquadras de Polícia eatentados, alguns deles verdadeiras execuções, contra elementos das forçaspoliciais ou carcerárias e até a seus familiares.
Como causas dos acontecimentos é-nos dito que foi devido à transferênciade presidiários importantes para outros estabelecimentos prisionais, masparece, levando em conta cartaz afixado em porta de supermercado, que os detidostambém têm reivindicações a fazer. Não é da nossa conta e nem o Povoestará interessado nessas coisas, o que o Povo teme são as consequências quepara além de colocarem a sua vida em risco o impede de fazer a vida quotidianacom normalidade e circular pela cidade em paz e sossego, sendo este sossegomuito relativo em cidade que, como já vos disse, tem mais de 10 milhões dehabitantes. Uma das consequências que de imediato colocou um certo caos nacidade foi a diminuição drástica de ônibus a circular. Em notícia na TVouvi que, no dia 13, somente quinze por cento da frota de autocarros estava àdisposição dos paulistanos. Como resultado, o Povo ficou apeado, formando-se ajuntamentosbrutais nos pontos de ônibus com as pacatas gentes a perderem a calma e apartirem para o protesto exigindo transporte que os levasse a seus empregos ouque os trouxessem de volta ao lar. Quanto a mim... cortei-me. Como nãosentia obrigação, fiquei-me por cá no meu cantinho, tanto mais que, comorelatei, o corpo e a mente andavam deveras desajustados do seu normalfuncionamento. Como os estimados leitores podem constatar através das ligações que Voz doSeven faz a partir das fotos publicadas, os actos mais assustadores reportam-seao dia 12 deste mês de Julho, Quarta-feira, mas hoje, Segunda-feira, parece quea vida da grande cidade está normal. Da janela de meu quarto vejo os ônibus acumprirem os seus percursos, o trânsito a fluir com a intensidade usual ecertamente que a esperança do já passou voltou à mente da maioria dospaulistanos. Assim seespera!
FOLHAONLINE
VOLTA DO TERROR
Na Vila Madalena, o cabeça do PCC
Apontado como sucessor de Marcola, Gegê do Mangue cresceu no crime vendendo drogas para descolados
Bruno Paes Manso
Bares, boemia, cultura de vanguarda. Se Nova York tem no Village seu reduto, São Paulo tem a Vila Madalena. Foi lá, na zona oeste, na quarta-feira, que o selo Demônio Negro lançou o livro artesanal 12, com autores da nova literatura paulistana, no bar Mercearia São Pedro, na Rua Rodésia. Coisas da Vila.
Enquanto isso, a alguns quarteirões dali, um ônibus era incendiado na esquina das Ruas Fidalga eAspicuelta. À primeira vista, nada mais distante do espírito da Vila do que a investida do crime organizado.
Mas é lá, na Vila, que nasceu, cresceu e apareceu para o mundo do crime Rogério Jeremias de Simone, de 29 anos, o Gegê do Mangue, considerado hoje o segundo homem na hierarquia do temido Primeiro Comando da Capital. Graças a um componente que costuma vir associado a bares, boemia, cultura de vanguarda: drogas. Tanto na Vila como no Village.
Nos anos 90, quando a música eletrônica ainda era uma onda que começava, a Torre do Dr. Zero, na Mourato Coelho, era um reduto de iniciados. Jornalistas, VJs, DJs, publicitários, produtores culturais, escritores e descolados se encontravam em bares como Matrix, Super-Bacana, Jungle, Borracharia, Brancaleone, para trocar idéias, dançar, ver, ser visto.
Difícil era entrar no banheiro dessas casas, porque a fila não andava. A cocaína, batida com gilete na tampa da privada antes de ser cheirada (o que a galera chama de 'caratê boliviano'), garantia o pique nas noitadas. 'Vanguarda, aqui como em qualquer lugar, sempre esteve ligada ao consumo de drogas.
Uma balada sem dealer (traficante) não tem graça', diz A.C., produtora cultural que freqüenta a noite da Vila.
Quem ganhou dinheiro e poder com essa sede por novas experiências foi Gegê do Mangue.
Era o 'patrão'. Nos anos 90, antes de Gegê ser preso, a boca funcionava no Mangue, favela que existe na Vila desde os anos 60, entre as Ruas Fradique Coutinho, Fidalga e Rodésia. Ele e outros meninos ficavam nas esquinas durante a madrugada, tocando uma espécie de drivethru de drogas.
Na balada, bastava baixar no quarteirão, dizer a droga que se queria, dar uma volta na quadra e pegar a encomenda. 'Não tinha erro. Quando não se conseguia no Mangue, logo ao lado tinha a boca da Rua Djalma Coelho. Em uma delas, sempre era possível se arrumar', lembra P., morador do bairro, médico.
Formada por uma mistura de imigrantes portugueses, operários e estudantes, a Vila ganhou fama de bairro alternativo ainda na década de 60. Nos anos 50, a construção dos Cemitérios São Paulo e do Araçá fomentou o crescimento da Vila, juntamente com a imigração de portugueses da região do Minho. 'Até hoje, quando rezo as missas, ouço um ´Ai, Jesus´ de uma ou outra criança descendente desses imigrantes', conta o padre Pedro Antônio, da Igreja Santa Maria Madalena e São Miguel Arcanjo, na Rua Girassol.
Nos anos 60, com a criação da Cidade Universitária, as casinhas da Vila viraram moradia para os estudantes da Universidade de São Paulo. Abriram-se os bares, mecas da contracultura, com intermináveis debates regados a cerveja e maconha. 'Eram hippies, comunistas, portugueses, sambistas, trabalhadores, que sempre conviveram em harmonia aqui no bairro. Esse convívio, por sinal, sempre foi um de seus pontos altos', diz o presidente do Partido Verde na cidade, José Luiz de França Penna, morador do bairro e organizador da Feira da Vila.
Nos anos 80 e 90, a Vila foi sitiada pelos bares. O Empanadas, na Wisard, e o Sujinho, na Fradique, são dessa fase. As bocas começam a ter um movimento mais intenso, fomentado por clientes vindos de fora.
Essa é a época de João Carlos Mendes dos Santos, o João do Mangue, de 36 anos, nascido e criado na Vila. Apesar de vender drogas, ele conseguia se relacionar em diversas esferas.
Era conhecido por gente da Igreja, líderes políticos e sambistas da escola local, a Pérola Negra, onde chegou a compor letras de música.
Por causa dos negócios, João voltava e meia ia preso. Hoje, só o que se sabe é que está solto. A última prisão aconteceu em 2004, quando foi detido em flagrante com um tijolo de
Desde 2000, sumiu o drive-thru da droga, mas venda no atacado cresceu
maconha na Fidalga. A polícia estimava na época que ele movimentava de 4 a 5 quilos de cocaína por semana. Quando João saía de circulação, os negócios do Mangue eram tocados pelos 'aviões', meninos de confiança que o ajudavam a negociar com os clientes que passavam de carro ou faziam entregas nos bares e casas noturnas da área. Na cobertura dessas brechas é que surgiu o pupilo Gegê.
Sete anos mais novo que João, Gegê não chegou a fazer grandes mudanças na estrutura das bocas. Elas continuavam como um negócio relativamente pequeno, que não deixava os traficantes ricos. Gegê também entrava e saía da cadeia, ocasiões em que era substituído pelo irmão mais novo, Cristiano - filiado ao PCC e morto há três meses, numa perseguição policial.
Foi nas penitenciárias, de onde Gegê não saiu mais desde 2000, começou a encorpar no mundo do crime. Ficou importante a ponto de os deputados da CPI do Tráfico de Armas perguntarem a Marcola se ele conhecia Gegê quando tomaram seu depoimento, no mês passado, em Presidente Bernardes. 'Conheço. Tá preso aqui. A gente vive tirando cadeia nos mesmo lugares', disse, às gargalhadas, Marcola ao deputado federal Luiz Couto (PT-PB), que o interrogava.
A ascensão de Gegê no Partido do Crime, como os presos chamam o PCC, só foi detectada pela polícia em 2003. Na ocasião, ele já era o piloto (gerente) da Penitenciária de Avaré, onde estava presa na época a cúpula do grupo. E foi lá que Gegê passou a assumir tarefas de responsabilidade no PCC, como a participação no assassinato do juiz-corregedor de Presidente Prudente, Antônio Machado Dias, vítima de um atentado em março de 2003.
Com a influência e a rede de contatos montada na cadeia, Gegê mudou o patamar dos negócios. Desde o começo de 2000, o drive-thru no Mangue minguou. O grosso do tráfico é destinado a bocas fora da região. Acabou o varejo. Começou o atacado.
Falar em Gegê na região do Mangue é tabu. Isso vale para escolas, postos de saúde, líderes políticos e religiosos, numa espécie de lei do silêncio no coração cultural de São Paulo. Mesmo quando um ônibus pega fogo na esquina das Ruas Aspicuelta e Fidalga, no meio da agitação noturna. Fidalga, aliás, era a rua onde Gegê morava antes de ser preso.
COLABOROU MARCELO GODOY
VOLTA DO TERROR
De coroinha a chefão do tráfico
Gegê é o principal nome da segunda geração do PCC, que defende o terrorismo como arma contra o Estado
BRUNO PAES MANSO E MARCELO GODOY
Segundo a inteligência da Polícia Civil de São Paulo, se Marcos Camacho, o Marcola, morrer, quem assumirá a liderança máxima do crime organizado será Rogério Jeremias de Simone, o Gegê do Mangue. Principal nome da segunda geração do Primeiro Comando da Capital, ele é tido pela polícia como um bandido violento.
A segunda geração de chefes do PCC distanciou-se do grupo de fundadores da facção. É gente que defende o terrorismo como método de enfrentar o Estado, da qual fazem parte ainda Abel Pacheco, o Vida Loka, Roberto Soriano, o Tiriça, Carlos Eduardo da Silva, o Balengo, Orlando Mota Júnior, o Macarrão, Robson Lima Ferreira, o Marcolinha, e Eduardo Lapa dos Santos, o Edu Lapa. 'Assim como o BH (Emivaldo Silva Santos), o Gegê é o homem do poder político, enquanto o Biroska (Edílson Borges Nogueira) é o homem do poder econômico', afirma um delegado.
Para a polícia, o atual segundo na hierarquia da facção, Julio Cesar Guedes de Moraes, o Julinho Carambola, vive à sombra de Marcola e cairia com o chefe, em caso de mudança na cúpula.
Gegê começou no PCC por meio de um padrinho forte: Carlos Magno Zito Alvarenga, o Nego Manga. Nego Manga foi morto na Penitenciária de Iaras em maio de 2005 durante o expurgo da ala do PCC ligada a Sandro Henrique da Silva Santos, oGulu, único bandido capaz de desafiar o poder de Marcola.
Gegê começou a subir na hierarquia do PCC após a morte do juiz-corregedor de Presidente Prudente Antonio Machado Dias. Ele foi flagrado levando a Marcola um bilhete com o anúncio de que o atentado tinha dado certo. Na época, era o piloto (gerente) do PCC na Penitenciária de Avaré.
INFÂNCIA
Sua infância, porém, nada teve de diferente da de toda a comunidade do Mangue, na Vila Madalena. Gegê jogava futebol no time do Mangue e participava até de torneios maiores, nos campos de várzea do Parque do Povo, na Avenida Cidade Jardim. A camisa era amarela, com uma folha de maconha desenhada, que depois passou a ser usada na antiga Casa de Detenção, no Carandiru.
Rogério estudou na Escola Estadual de 1º Grau Brasílio Machado. Ia à igreja e algumas pessoas ouvidas pelo Estado garantem que na casa da mãe há uma foto de Gegê e do irmão, Cristiano, com roupas de coroinha.
Participavam dos ensaios na Escola de Samba Pérola Negra e freqüentavam os bares da Vila, como outros garotos do Mangue. Seus preferidos eram o Tihuana, que funcionava na Rua Fradique Coutinho, e uma padaria 24 horas na Rua Cardeal Arcoverde.
Quando Gegê e Cristiano começaram a se envolver com o comércio de drogas, a mãe ficou louca da vida. Cansou de dar bronca nos dois na frente de outros garotos. Apesar disso, sempre apoiou os filhos.
A carreira de Gegê no crime começou nos anos 90. Em 1995, veio a primeira prisão. Processado depois por formação de quadrilha - já como integrante do PCC -, acabou condenado a 6 anos de prisão. Hoje, a pena somada de suas sentenças chega a 15 anos e meio.
(é tão "questão nacional" quanto o 4° lugaralcançado)
Aquando darecepção de agradecimento e boas vindas à Selecção Nacional, o multidãopresente nas bancadas do Estádio Nacional, no Jamor, pediu: FICA... FICA...FICA!
O bravo gaúchonão o afiançou, mas também não o negou e durante o discurso emocionou-se,ficando provado mais uma vez que afinal até as duras couraças dos sargentõessão penetráveis e falíveis às emoções e os homens que estão dentro delasnão são tão desprovidos de sentimentos como se possa pensar.
Sabíamos, eu etambém os mais realistas, que era difícil o treinador brasileiro continuar àfrente da Selecção Portuguesa. Após, ou melhor, ainda durante o Mundial2006, Luiz Felipe Scolari começou (novamente) a ser cobiçado.
Luiz Felipe eFelipão, o homem e o seleccionador/treinador fundem-se. Felipão é um homem depersonalidade forte que possui um jeito mandão característico, o que o leva aser amado por uns e não amado por outros, que na devida ocasião ri e brincanão escondendo o seu lado de verdadeiro paizão principalmente para comos mais novos. Tal como Luiz Felipe quantos de nós não serão assim? Para nósé nada mais nada menos que um comandante que tem de conduzir os seus soldados(oh quão será difícil comandar as estrelas da bola) de modo inflexível, masjamais se esquecendo que eles são homens que amam e sofrem como qualquer um dosmortais.
A sua táctica passa pela formação de um grupo coeso que partilhe de ideais idênticos,unidos em torno da mesma causa ou bandeira em ambiente estritamente familiar.Daí a consagração da chamada "Família Scolari". Espontâneo epossuidor de um modo muito sui generis de comandar a sua equipa, marimbando-sese os seus gestos são pouco ortodoxos, vibra mais que torcedor ou adepto, mas os seus métodos de trabalho ou opções nem sempre recebem unanimidade.Afinal é treinador de futebol, profissão onde à velocidade de relâmpago sepassa facilmente de bestial a besta (Otto Glória dixit).
Mas não sópelo já exposto é que Scolari é cobiçado. Não bastasse já ter sidocampeão mundial comandando a selecção do seu país, o simples facto deter levado (formado e comandado) a armada lusa ao vice europeu e ao quartomundial é proeza digna de ser cantada, porque, e sejamos bem claros e realistascaros amigos e amigas, se é verdade que um homem quando é treinador daSelecção do Brasil se arrisca a ser campeão, já com a nossa brava, maslimitada, Selecção das Quinas essa fasquia ou meta fica muito mais distante deser alcançada. É também verdade que não fomos campeões mundiais, mas fomoscampeões do objectivo traçado e é aqui um dos pontos que me leva a admirarScolari ao colocar a fasquia no lugar certo... não muito alta que desse a ideiade presunção e nem muito baixa para que não nos sentíssemos pequeninos,humilhados. Concordei com esse objectivo e chamei-lhe eu sonho bem realista quede imediato, após termos alcançado esse objectivo, passou a ter asas para irmais além, mais alto (afinal um direito que nos assiste e a todas asselecções não candidatas) e por pouco não estivemos presentes no Estádio emBerlim onde qualquer que fosse a selecção antagonista teria queobrigatoriamente nos respeitar.
A agravar adificuldade de manter Scolari no comando da Selecção juntavam-se ainda doisaspectos deveras importantes: o económico e a vontade claramente expressa pelamaioria dos torcedores, comentadores desportivos e até pelo presidente daConfederação Brasileira de Futebol em fazer regressar o saudoso Felipão aocomando da hoje desgovernada Selecção Brasileira. Sabíamos. Se quanto aoprimeiro ponto Felipão já tinha afirmado que "dinheiro não étudo", quanto ao segundo o nosso pensamento vacilava. Ninguém poderialevar a mal que Felipão respondesse afirmativamente à "voz dosangue" e regressasse à Pátria, à sua Pátria, o que em abono da verdadediga-se até o poderia transformar em próximo campeão do mundo. No entanto,ontem, 14 de Julho, o jornal O GLOBO já noticiava que outra "voz dosangue" se tinha alevantado... a da sua família, do clã Scolari, que exprimiuo desejo depermanecer em Portugal colocando como de capital importância o prosseguimentodos estudos dos dois filhosdo casal.
Tivesse ou nãoficado entre a espada e a parede, Felipãoassinou contrato com a Federação Portuguesa de Futebol. Contrato que vai até ao finalde Julho de 2008. O objectivo desde já é marcar presença no Europeu 2008 queterá organização conjunta da Suíça e da Áustria e cuja campanha dequalificação começa, para nós portugueses, já em Setembro, dia6, emdesafio frente à selecção da Finlândia. Até à Fase Final (7 a 29 deJunho 2008) Portugal terá pela frente uma verdadeira maratona de desafios emque para além da citada Finlândia enfrentará as selecções do Cazaquistão,Arzebaijão, Arménia, Sérvia e Montenegro, Polónia e Bélgica. Estasselecções constituem o GrupoA, o único formadopor 8 equipas e que apurará os 2 primeiros classificados (tal como os outros 6)para a Fase Final. A estas catorze formações juntar-se-ão as selecções daSuíça e da Áustria, já qualificadas na condição de anfitriãs.
Pronto afinalizar, reparo que acrónica se tornou longa, mas confesso que me perdi um pouco quando o que pretendiaera apenas informar que a actual equipa técnica da Selecção NacionalPortuguesa vai continuar e também, não escondo, agradecer aFelipão. Não o faço directamente, preferindo fazê-lo falando dos seus êxitos à frente da Selecção Nacional e daimportância do seu carisma na formação de um grupo coeso, porque afinal ofutebol é um desporto colectivo. Atrevi-me também a fazer análise superficialda sua pessoa, esperando que não seja mal interpretado, havendo contudo aindaa destacar a sua coerência (que pode ser confundida com teimosia) hombridade eprofissionalismo que fazem dele uma dessas figuras deveras ímpares e que comonós sabemos andam cada vez mais ausentes do mundo do futebol. Quanto àssuas opções de convocação e os métodos de trabalho ou tácticasfutebolísticas, não os discuto, porque não sei e nem é da minha lavra.
Por terrível esquecimento a Bandeira não veio, mas o engenho e a arte lusos levaram-me a construir uma que coloquei bem visível na janela... e ainda por lá permanece. |
Ainda com umaréstea de tempo o que eu ainda desejo agradecer a Felipão, quiçá o que este lusoausente da Pátria enaltece mais, é ter projectado o nome de Portugal paraalém das suas fronteiras e, muito importante, ter permitido que deste lado doAtlântico os símbolos portugueses aparecessem em camisetas, automóveis ou àsjanelas (eu próprio coloquei) e também por ter "obrigado" o futebolportuguês a aportar por aqui por terras tropicais onde ele é tãodesconsiderado, chegando eu uma vez a ouvir da boca de um comentador que oCampeonato Português é de 2ª Divisão. Dói muito ouvir isto e dói aindamais ter que engolir (esquecendo-se o comentador que quase metade dos jogadoresprofissionais a actuar em Portugal são brasileiros) por isso desabafo e porisso agradeço a Felipão pelos minutos, horas de reportagem a passar nastelevisões brasileiras que divulgaram o nosso futebol e a nossa terra... teráentão razão Marinho Peres quando me disse, por ocasião do Euro 2004, que era precisodar tempo ao tempo para a opinião mudar.
Jornal OGLOBO
Convite da CBF era para o técnico comandar Brasil até a Copa do Mundo de 2014
O técnico Luiz Felipe Scolari foi convidado pelo presidente da CBF, Ricardo Teixeira, para dirigir a seleção brasileira, mas recusou, alegando restrição da família, que pretende continuar morando no exterior. Felipão confidenciou a um amigo que estava disposto a voltar ao cargo no qual conquistou a Copa do Mundo de 2002, mas a oposição de sua mulher e de seu filho o fizeram mudar de idéia. Os estudos do filho de Scolari o obrigam a ficar na Europa por mais dois anos, pelo menos, segundo alegou à CBF o técnico que levou Portugal ao quarto lugar no Mundial da Alemanha.
O convite a Felipão foi feito por Ricardo Teixeira ainda antes do fim da Copa. O dirigente telefonou para o treinador no sábado, dia 8, logo após o jogo entre Portugal e Alemanha, que decidiu o terceiro lugar da competição. No diálogo, Felipão foi totalmente receptivo à proposta de voltar à seleção. A conversa avançou tanto que deixou de ser uma simples sondagem para se transformar num convite formal. Felipão disse que treinar o Brasil de novo era um sonho seu, mas pediu a Teixeira um contrato de prazo maior, de quatro anos, até a Copa da África do Sul.
Pretendo fazer um trabalho de longo prazo chegou a dizer Felipão.
O presidente da CBF, que disse na conversa também pretender organizar uma agenda de longo prazo, surpreendeu Felipão com uma contraproposta ainda mais ousada do que a que ouvira:
Por que não fazemos um contrato de oito anos, visando à Copa do Mundo do Brasil, em 2014?
No primeiro contato, o convite foi aceito
Os dois acertaram então uma reunião na Europa para acertar os detalhes. Entenderam que por questões de privacidade, esta conversa não poderia ser em Portugal e que seria melhor realizá-la em Londres ou na Espanha. Fixaram-se em Barcelona, onde conversariam no próximo domingo. Ricardo Teixeira, que chegou ontem ao Brasil vindo da Alemanha, embarcaria de volta no fim de semana para fechar os detalhes.
Mas, na terça-feira, dois dias após a conversa telefônica em que Felipão aceitara dirigir a seleção até 2014, ele surpreendeu o presidente da CBF com um telefonema falando de problemas familiares. Disse que não gostaria de impor a Teixeira uma viagem que seria improdutiva, que sua mulher fechara questão contra a volta ao Brasil, e recusou o convite.
Com a recusa de Luiz Felipe Scolari de voltar a dirigir a seleção brasileira, o plano B do presidente da CBF, Ricardo Teixeira, deve ser divulgado nos próximos dez dias, já que no dia 1º de agosto o novo treinador terá que divulgar a lista dos jogadores convocados para o amistoso contra a Noruega, em Oslo. O dirigente pretende que a equipe já seja comandada pelo substituto de Carlos Alberto Parreira. A partir de segunda-feira, o dirigente iniciará novas conversas.
Segundo pessoas que falaram com ele ainda na Alemanha, a CBF fará uma grande reformulação nos procedimentos atuais de organização da entidade, sobretudo no relacionamento dos jogadores com a seleção. Em outras palavras, a CBF quer mais comprometimento dos jogadores com as competições. Na avaliação da cúpula da entidade, não há uma causa específica para a derrota do Brasil na Alemanha, mas uma série de fatores, a começar pelo fato de a soma de interesses pessoais dos jogadores ter sido maior do que o espírito coletivo.
Ricardo Teixeira já decidiu, por exemplo, que na próxima Copa do Mundo todos os jogadores vão ter que se apresentar no Brasil e voltar ao país juntos no fim da competição, com vitória ou derrota. O fato de os atletas que já moram longe não terem passado pelo Brasil antes do Mundial fez com que não sentissem o clima vivido pelos torcedores, e o fato de terem se dispersado na volta também criou distanciamento.
A CBF vai impor novas regras antes de começar o trabalho para a próxima Copa. Quem quiser aceitá-las, vai ter que deixar isso claro desde o começo. Por exemplo: os blogs pessoais dos jogadores durante a competição, o excessivo trânsito de assessores pessoais e empresários também não foram bem vistos pela CBF na Alemanha, bem como as notícias da existência de grupos dentro da concentração.
Até questões contratuais podem ser revistas. A CBF não recebe nada pelo uso comercial do qual os jogadores se beneficiam ao fecharem contratos com empresas usando a marca da entidade, ao contrário do que fazem os clubes onde os atletas da seleção atuam no Real Madri, por exemplo, os jogadores são obrigados a dividir com o clube 50% do que ganham em qualquer publicidade.
CBF vai chacoalhar relação com atletas
Outra liberalidade da CBF é, por exemplo, em relação ao uso de material esportivo: no Brasil, as chuteiras dos jogadores podem ser de qualquer patrocinador. Mas a seleção da Alemanha obriga todos os convocados a usarem o material de sua marca patrocinadora, a Adidas, mesmo as chuteiras e as luvas dos goleiros. Quem não aceita, fica fora da seleção. A CBF vai estudar estas questões para saber se é o caso de adotar procedimentos semelhantes. De qualquer forma, o importante será a necessidade de os jogadores dedicarem os seus esforços prioritários para a seleção.
Ricardo Teixeira confidenciou na Europa que pretende dar uma chacoalhada nos métodos atuais da entidade que dirige. Ele fez um comentário que define bem a forma como viu a derrota brasileira:
A soma desses problemas talvez não nos fizesse ganhar, mas eles juntos nos fizeram perder.
Quem conversou com o presidente da CBF ficou com a impressão de que, sem Felipão, ele pode surpreender na escolha do novo técnico. Sua admiração pelo talento de Vanderlei Luxemburgo sempre foi notória, mas ele estaria avaliando que, embora seja, como Felipão, um dos raros técnicos brasileiros que sabe mexer num time no intervalo de uma partida, enfrenta fortes resistências fora dos gramados, por todas as polêmicas em que já se envolveu, inclusive quando dirigiu, sem sucesso, a seleção.
Mas o próprio Ricardo Teixeira reconhece que não foi feliz ao inventar um treinador, o ex-jogador Falcão, que não deu certo na seleção. Isso poderia reduzir as chances de um nome como o de Dunga, que muitas pessoas vêm sugerindo para o presidente da CBF.
Precisamos começar agora um trabalho de longo prazo, nos aproximar mais das nossas seleções de base. Os jogadores de 15, 16 e 17 anos hoje, serão os nossos craques na Copa do Mundo do Brasil, em 2014 disse o presidente da CBF.
Acreditem que andava necessitado de um repousozinho e, acreditemnovamente, que não só da mente, porque desta vez até os "ossos"pediram.
Aos que me lêem com mais atento fica no entanto o aviso de queos ossos a que me refiro são realmente os meus e não os da minha sócia, maispropriamente o fémur de que já vos falei e que sofreu quebradura já faz um(longo) tempo. Felizmente para ela (e para mim, claro está) as peripéciasmenos boas já lá vão e a coisa parece que está mais ou menos nostrinques, diria que até me parece que vai de vento em popa (desculpem as reservas, mas cautelas ecaldos e galinha nunca fizeram mal a ninguém) e a partir de agora só temos dedar (mais) tempo, muito tempo, ao tempo e continuarmos a acreditar e aabastecermo-nos de doses de paciência e ainda, no que a mim toca, conter umacerta revolta por constatar que os passeios (calçadas) que fazem parte doespaço onde residimos não têm o mínimo de condições para ela, aminha paciente, se locomover com tranquilidade e segurança o que provoca umasempre desagradável dependência a quem já se sente ferido fisicamente. Abro aquium parêntesis à (vossa) compreensão, porque não sei se vou ser acusado de meterfoice em seara alheia por denunciar esta (grande) lacuna em cidade tãoimportante e arrisco-me até a receber como conselho que são coisas paraestrangeiro não comentar, mas caros amigos e amigas, eu já levo quatro anos deresidência e tenho o direito de me considerar cidadão paulistano gritandoassim quando sinto os calos apertados.
Parece que me perdi do que me propunha, porque afinal eu queriaera falar-vos dos meus males, dos males que me apoquentaram nestes últimas diase que me levaram ao tal repouso com que comecei a crónica e que apesar de tersido forçado foi abençoado, já que a mente descansou e provavelmente novasideias virão aí. Causas? Tudo teria começado no dia seguinte àquela francesiteque atacou a Nossa Selecção e provocou o despiste das tropas lusas naestrada que as podia levar a Berlim. Em verdade vos digo que esse maligno vírusvindo de França, e que ultimamente não nos larga nas meias, também me deixouabalado, mas não foi por isso, vos garanto, que comecei a sentir arrepios,dores no corpo, mal-estar, o nariz abatatado e em constante necessidade de seraliviado... é que o ambiente esfriou por aqui e os ossos, os meus, jánão têm aquela resistência de antanho quando tratavam a gélida inverniabeirã como apetitosa pêra doce.
Para piorar a situação veio aquela chuvarada (a chuvada lusa),não a de Sábado em Stuttgart que nos botou borda fora do Mundial e nos relegou paraum insosso 4° lugar, mas sim a de Segunda-feira passada e que os meus ossos sentiram bem napele quando, sem guarda-chuva e apenas munido com uma gabardina que herdei porestes lados, estava plantado em plena berma da Nazaré Paulista apelandoencarecidamente a um Táxi qualquer que parasse já que encontrar um estacionado na praça ou ponto (de táxi) em dia de chuva e às 8horas da manhã é tarefa mais difícil que encontrar agulha em palheiro. Valeu a insistência, mas veio amolha, e lá conseguimos rumar ao Hospital das Clínicas para fazer fotografiaao fémur da minha sócia e cuja observação médica nos deixou deveras animadocomo no início mencionei.
Quanto a mim, piorei, mas tive de aguentar, ora pois. Maisagasalhado, mais cama, uns chás de limão pingados, mais cobertor, umas pílulas e aqui metendes apesar de ainda um pouco abalado, mas fosse só isto que me apoquentasse,a mim ou à Humanidade, e o Mundo seria um mar de rosas não é verdade?
Vamos p'ra luta!
PESQUISAR NO VOZ DO SEVEN | SUBSCREVER VOZ DO SEVEN | |
Talvez otítulo seja demasiado duro, mas acreditem que nem eu sei classificar como porvezes se encontra o meu espírito.
Se nuncaconsiderei estranho e achasse completamente normal que minha mente algumas vezesviajasse em sonhos até aí, até à Santa Comba que me viu nascer e crescer,agora tem sido mais frequente. É certo que esta frequência teráaumentado devido a uma certa predisposição por não haver um dia sequer que eunão vasculhe todos os jornais on-line em busca de notícias sobre ostrágicos acontecimentos que abalaram a minha pequena cidade.
Minha mulhertenta compreender-me e eu tento explicar-lhe a minha incompreensão perante o quese passou. Diz-me que talvez me fizesse bem escrever sobre o assunto. Já lhetentei obedecer, mas é escusado, apago de imediato. Quando reflicto penso que aminha fuga é certamente devida à carga emocional que não consigo despir.Quando me consigo lembrar dos sonhos sei que os porquês estão sempre presentese me atormentam e a imagem, principalmente a da Joana que (também) cresceu ali naquela sala daRua Pinheiro de Ázere onde eu dava explicações de Matemática aparece-meconstantemente... atormenta-me!
Talvez, eseguindo o pensamento de um familiar, o funeral das três jovens tenha o condãode também me aliviar e acalmar. Necessito, acreditem.
Hoje escrevo,um pouco sem jeito confesso, e vou publicar, porque acabei de tomarconhecimento que osfunerais realizar-se-ão nos próximos dias e, naimpossibilidade de estar fisicamente presente, faço aqui no Voz do Sevensimbólica homenagem às três jovens que segundoli, e aprovo, ficarão sepultadas lado a lado no Cemitério de Santa Comba Dão.Que o espaço envolvente seja lindamente ajardinado e que das flores plantadasnasçam pétalas de amor e de justiça.
No rescaldo doque acabei de escrever,quero que me interpretem da melhor forma e que compreendam que também tenhonecessidade de "deitar cá para fora" o quantas vezes me vem àmemória a voz da Tia Laurinda, minha prima em segundo grau, emcarinhoso cumprimento... "como vais tu Tó-Zé?". Imagino sua dor, a daMila, do Zé, do Tó e do Miguel e as suas interrogações. Eles que medesculpem focá-los aqui, mas também é minha obrigação transmitir-lhes quenão me esqueci deles nem da trágica situação que são obrigados a encarar.
Sinto-me agorabem melhor, acreditem!
Um abraço paratodos vós que estais em sofrimento!
(de maneiraalguma estamos a desviar as atenções da derrota de ontem frente à França noMundial 2006... a disposição não é muita, mas nada tem a ver com digestãodo desaire e a seu tempo falaremos tanto mais que Sábado, pelas 16 horas de S.Paulo, mais quatro em Portugal, a Selecção das Quinas defronta a Alemanha paraa atribuição da medalha de bronze)
Vamos ao Tour...ele já rola pelas estradas de França e conta com a presença, mais uma vez, deum português, JOSÉ AZEVEDO.
O sítiooficial apresenta-nos assim o nosso Zé e repare-se que, devido à ausência docampeoníssimo Amstrong, a equipa do Discovery Channel atribuiu-lhe o dorsalnúmero 1. Possivelmente não será o primeiro na classificação final, masdesde já lhe foi reconhecida competência para ser o chefe-de-fila da equipa epor coincidência também o n°1 da prova visto que o norte-americano foi ovencedor da última edição. Parabéns Zé.
... de falta!
Ao fazer aconta na ardósia da memória parece que nem acredito que já lá vão trêsdezenas de anos. Recordo que estava em Coimbra e estava p'ra ir ao cinema nacompanhia dos meus dois inseparáveis amigos. Antes, de modo a ter aconsciência aliviada, fui a casa onde estava hospedado, porque em tempos em queainda não existiam telemóveis, celulares, poderia ter havido algum telefonema.E havia, havia sim. A simpática senhora da casa, que já não lembro do nome,disse-me que tinham telefonado, que tu tinhas piorado, mãe, e que eu deveria irpara casa, para Santa Comba, o mais rápido possível. Eu sabia. Eu até jáestava preparado... mal preparado, mas já sabia da triste realidade. Lembro bemque era Segunda-feira, a ida ao cinema o reforça, e que de manhã, quando mefui despedir de ti, tinha-te deixado sentada na poltrona ou maple que tínhamoscolocado no quarto para não estares sempre deitada.
Não me lembroo que teríamos falado... tenho pena, porque afinal foram as últimaspalavras que trocámos. No entanto, elas não se teriam desviado muito doshabituais conselhos e teriam sido ultimadas pelo "aviso", sim pelomaldito aviso, porque tu sabias e até ao finalzinho não deixaste de mealertar para o que se adivinhava, para o que iria acontecer.
E aconteceu...a lei da vida não se compadece, mas lembro-te que se desta lei não conseguistefugir, te garanto, mãe, que da Lei da Morte te irei sempre libertando até quea mente me deixe. Dizia eu... aconteceu nesse fatídico 5 de Julho de 1976 e apartir daí os 5 de Julho de cada ano amanhecem tristes e amargos, parecendo quenada sinto, a não ser uma grande tristeza, tristeza esta que agora setransforma em algo que não sei explicar, talvez frustração por não teconhecer velhinha com os netos (e já bisnetos também) à tua voltacantando-te os parabéns a você que a tal lei não te deixou mais comemorar...sei que serias uma velhinha bonita e até digo a tua nora que conquisteialém Atlântico que jamais te preocuparias com as rugas que enfeitammaravilhosamente o rosto da velhinha tradicional portuguesa e que éfonte de admiração para quem ama o belo.
Agora reparoque passados que são estes 30 anos pela primeira vez exponho publicamente o quetantas vezes me aperta a garganta. Mas está a fazer-me bem escrever, mãe... ese me está a fazer bem, naturalmente que tu concordas que o faça, sóesperando eu que meus irmãos não me levem a mal pela divulgação de uma certaintimidade que também é deles.
Olha mãe, hojenão te vou tratar por Rosa, também vou colocar uma foto que te retrata o maispróximo da realidade física que me deixaste. Sinto essa terrível e enormenecessidade, sabias? Não só para te homenagear, mas também para tesentir (ainda) mais próximo, porque acredita e perdoa-me, que às vezes a tuaimagem gravada na minha memória até parece que se torna esbatida ouesbranquiçada tantos já são os anos de ausência... ou será a minha memóriaque já não é a mesma?
Deixo-te comflores... são rosas vermelhas como sempre gostaste e que eu te ajudava a colherdas roseiras plantadas pelo pai no canteiro junto às escadas de casa. Não seise as roseiras ainda existem, talvez sim, talvez não, as coisas mudaram e agoraque interesse haverá em preservar memórias? Por agora ainda nada posso fazer,estou longe, longe de tudo ou quase tudo, mas é preferível estar longe,acredita mãe, longe de casa, da tua casa, da nossa casa... tenhamos fé quetalvez um dia ainda seja possível descobrir lá, no nosso pequeno canteiro, umapequena raiz para que as rosas vermelhas voltem a perfumar o nosso Outeirinho.
Um beijo!
(um desabafo quesurgiu espontaneamente em crónica anterior)
Estava eu àsvoltas com a entrada em que falava da dor do Povo frente à eliminação doBrasil e sem me aperceber dei por mim a desviar do que me tinha proposto. Nãoparei, continuei e resolvi aproveitar para fazer (esta) nova entrada em que mecoloco numa situação bem similar à de Felipão. Assim, não se pretendeaqui analisar nemesmiuçar os porquês da eliminação precoce da Selecção do Brasil comotambém não é minha intenção entrar para o coro dos protestos nem revelarsolidariedade de pranto, porque seria imediatamente acusado de escriba malintencionado que redigia só para agradar devido à minha residência noBrasil.
Voltemos aotítulo... título desta entrada, note-se. Penso que o meu espírito deve sentir-se tal e qual como o do (grande)timoneiro da Selecção Portuguesa, Luiz Felipe Scolari. Antes do desafio Brasilvs França, referi que torneei, tal como ele, a resposta à questão sobre porqual das selecções eu iria torcer. Tudo porque o "destino dosorteio" tinha reservado para adversário de Portugal exactamente o vencedor do desafio entrebrasileiros e gauleses. Ninguém tem dúvidas sobre a resposta que seriadada pelo cidadão brasileiro Scolari se não fosse o Seleccionador NacionalPortuguês e eu, como cidadão a residir no Brasil e casado com cidadãbrasileira não teria também pejo em afirmar que gostaria de ver o Brasilavançar na competição ultrapassando os franceses, só que a minha, que eugosto de chamar de Selecção de Todos Nós, era parte interessada, mais do queinteressada a partir do momento em que Portugal eliminou os ingleses.
Não sei, nem posso saber se o desejo de Felipão se cumpriu,mas acreditem que o meu nem foi satisfeito nem ficou por satisfazer, porquesimplesmente nada desejei. É certo que as nossas responsabilidades, minhas e deFelipão, são bem diferentes e eu, acreditem novamente e não me chamem homemde pouca fé, já me sentia deveras feliz em estar na meia-final.
A eliminação do Brasil terá sido benéfica para aspossibilidades de Portugal chegar a Berlim? Não interessa discutir isso, mas uma coisa écerta, nenhum seleccionador nacional tem desejo em escolher o Brasil comoadversário e atendendo ao facto de Felipão ser cidadão brasileiro (e campeãodo mundo pelo Brasil), certamente que com esta situação o seu espírito estará mais solto, menospressionado para raciocinar com mais clareza de modo a levar de vencida oadversário das meias-finais, que devido àquela eliminação será então aSelecção de França.
Quanto a mim confesso que "temia" o confronto entrePortugal e o Brasil, nem tanto pelo aspecto desportivo antes sim por todo ocarácter emocional que ele envolveria... os deuses dos futebóis parece queforam meus amigos, de Felipão e de Portugal também... acredito nisso.
Tal como eu ofaria se a situação fosse inversa, muitos brasileiros têm a preocupação deme revelar que vão agora torcer por Portugal. Agradeço com um sorriso. Nosjornais e canais de televisão são mostradas notas de que até estabelecimentoscomerciais acrescentaram a cor vermelha e os símbolos portugueses àdecoração. O povo anónimo, em entrevista de rua, revela as suas intençõesrepartidas pelas suas origens, alemãs, italianas ou portuguesas ou apoiaPortugal única e simplesmente por ser treinada por Felipão cada vez mais uma(grande) saudade para os brasileiros.
Que estaforcinha dê ainda mais alento aos nossos bravos tugas e que eles retribuam jáamanhã com uma vitória sobre a Selecção de França que nos colocará emBerlim o que passará a ser a maior das façanhas futebolísticasdos portugueses.
(inevitavelmente tenho que falar dela, da eliminação doBrasil)
... e as crianças, senhores? Dizei-me senhores, estrelasde todo o universo, reisdo mundo, galácticos e fenomenais, porque as fizestes sofrer se afinal tínheistodas as condições de as alegrar.
É certo que ascrianças têm a terrível mania de colocar a fasquia demasiado alta, mas porculpa de quem? Quem não quer ser lobo não lhe veste a pele e não basta dizerque se é o melhor, é realmente preciso sê-lo.
Sendo nósapoiantes de outra selecção que por acaso até talvez tenha sido"beneficiada" com o desfecho, esta eliminação precoce daSelecção do Brasil nem nos deveria afectar, mas o que "dói ocoração" é tomar consciência do desânimo e da dor de todo um Povo contrastandocom o completo à vontade dos astros que na maior das descontracções noschegam a dizer que daqui a quatro anos há mais.
Atente-se quenesta entrada não pretendemos caçar bruxas e inventar culpados, porque paraalém de não fazer parte da nossa filosofia tampouco se trata da NossaSelecção. Ao fazer esta entrada pretendemos apenas homenagear a entregatotal do Povão a uma causa, avisando-o contudo que deve passar a ser maiscauteloso e não acreditar cegamente no que a Imprensa diz, porque estaImprensa, caros amigos e amigas, não pode lavar as mãos, aliás tem carradasde responsabilidades na ondade tristeza que cobre o Brasil de norte a sul... porque é ela a fazedora deídolos (alguns com pés de barro), ela é aquela que faz as brilhantesanálises que levam o Povo (e até os directos intervenientes na competição) aconvencer-se que está no papo quando afinal num desafio de futebol são onzecontra onze e os prognósticos só se devem fazer no final.
Espera-se quede futuro esteja presente o velhinho provérbio de que cautelas e caldos de galinha nunca fizeram mal aninguém...
e agora que setirem então as devidas ilações, porque também com os erros se aprende, e que daqui a4 anos o Brasil se apresente na África do Sul com a força futebolística e abeleza que o mundo tanto admira.
Até lá, que aparte final deste Mundial 2006 traga uma alegria a este português que vosescreve e que passará desde já pela presença da Selecção das Quinas, noDomingo dia 9, em Berlim. Quanto ao desfecho, depois fala-se, porque oimportante agora é neutralizar Zidane e companhia.
Mais uma vez o sofrimento tomou conta de nós, mas no final a festa foiportuguesa...
UMA FESTA À PORTUGUESA COM CERTEZA
As mãossantas defendiam e quando o penaltydo miúdo beijou as redes inglesas, a "família lusitana"explodiu de alegria
Em vésperas detão escaldante duelo, aqui referido como não necessariamente entre apenas doisseres, os técnicos das duas selecções só endossam amabilidades... hummm
se já nãobastasse tanta "graxa" eis que surgem outros dois figurantes,ex-colegas daquela equipa que chamavam de galáctica e que andou sempre a verestrelas, cada um a atribuir ao outro o título "um dos melhores domundo"... hummm também.
bom, nãopassam de modos circunstanciais aconselhados por essa modernice chamada de fairplay, mas que como vimos no desafio Portugal versus Holanda foi mandado àsmalvas. Somos apologistas entusiastas do fair play, mas pelo que vimos nessedesafio só voltaremos a ter fé nele quando passar a haver punição para queminfringir as regras desse "prazer de jogar"... vejamos que se Portugaltem sofrido o golo de empate a partir desse "golpe sujo" dosholandeses e perdido a eliminatória, os holandeses realmente ficariam malvistos por falta de fair play, mas passariam aos quartos e a esta hora Figo eCompanhia estavam sentados em qualquer esplanada do litoral algarvio prontospara assistir via TV a outro desafio que não este entre Inglaterra e Portugal.
Bom... noentanto é sempre bonito de constatar a ausência de agressões verbais, afamosa "troca de galhardetes" que tem o nefasto dom de incendiar oambiente à volta de um desafio. Mas, o que a maioria das pessoas não sabe éque os ingleses usaram de todos os meios para desviar a atenção dos nossosfelipinhos.
Repórter Palhinhas mais uma vez atento forneceu-nos as provas. |
Será que sóhavia sorvete e Sol para os lados da "concentração" portuguesa?
Já precavidos,os nossos bravos brincaram com a situação e até fizeram pose para elas comsinal de vitória, apesar de que o nosso miúdo parecia não estar agostar muito da provocação.
Hoje é dia deFeijoada... à Transmontana. Já sei que me dirão que deveria ser à Brasileirapor ser Sábado e até pelo escrete jogar, mas meus amigos, Portugal também vaientrar em acção daqui a pouquinho, daqui a quatro horas mais ou menos e nadamelhor que a preparação de uma feijoada à nossa moda para alegrar e fazerviajar o espírito.
Porém, antesde todos juntos rumarmos à cozinha para dar início à cozedura dastradicionais carnes de porco (pé, orelha, rabo, costela, chouriça que aqui sechama linguiça...) quero colocar de imediato, tanto mais que já não foco aSelecção Brasileira há não sei quantas entradas, esta bela imagem queretrata de modo tão simples e expressivo a esperança brasileira para odifícil duelo de logo mais tarde (16 horas em S. Paulo, mais quatro em Lisboa).
clicar na foto |
Perguntam-mepor quem irá torcer este lusitano de gema no França vs Brasil. Sinceramentevos digo que neste preciso momento não penso nisso. Se os lusos levarem devencida os homens do outro lado da Mancha, então senhores e senhoras, queroapenas que ganhe o mais acessível para as cores lusas, porqueBerlim passa de sonho a realidade. Depois pensamos nisso... vamos mas é àFeijoada (de feijão vermelho).
Este Salazar nada tem a ver com o "teu amigo".
O que andas a ler... "obrigas-me" a revisitar o pa...
Adorei a parte final da recomendação, O limão foi ...
MOMENTOS SÃO PAULO
Perdida em casa
A gata do Canindé
A [barata] tonta da Paulista
Tanto Mar
Big desilusão
Estação da Luz
Paz no Mundo
Bar do Quim
LUSA, subida 2011
Papai Noel
Os pecados [confessáveis] de uma menina bem
A Marquesa de Sernancelhe
Dia do Sim
En-laço
MOMENTOS SÃO PAULO