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e talvez assustado também já que o "ataque do PCC" a que a fotose refere aconteceu bem perto de onde resido, em Vila Madalena, apesar de que omeu cantinho é, como direi, já num dos limites deste bairro que em artigo deontem, Domingo, O ESTADO DE S. PAULO apresentava como "... formada por umamistura de imigrantes portugueses, operários e estudantes, a Vila ganhou famade bairro alternativo ainda na década de 60". Aproveitamos para reproduziro citadoartigo, porque para além de vosfalar um pouco de Vila Madalena,também vos apresenta um dos cabecilhas do PCC que "por aqui nasceu,cresceu e apareceu para o mundo do crime" visto que, como em todo o mundo,a boémia e as drogas, e daí o crime, andam de braço dado.
Em opiniãoestritamente pessoal direi que, principalmente durante o Verão ou quando otempo não arrefece, esta zona é maravilhosa, à noite as ruas ficam apinhadasde gente, novos e velhos, há bares porta sim porta não e das vezes quefrequentei, principalmente logo após a minha chegada ao Brasil, nunca meapercebi de qualquer coisa de anormal. Só vi convívio fraterno, animado,salutar, violas, samba, canção... até me veio à memória, com a devidarelatividade, a Coimbra dos amores e dos encantos.
Voltando ànossa apreensão. O que se temiavoltou a acontecer. Repetiram-se, ou estarão a repetir-se, as acções deterror que nos deixam, a nós população de S. Paulo, deveras apreensivos eamedrontados. É verdade que dá ideia que, em relação a Maioúltimo, a intensidade é menor, no entanto o que nos deixa bastantespreocupados é que estas acções estão a recair sobre locais muitofrequentados pela população em geral e por mim em particular: ônibus(autocarros) incendiados, Bancos e supermercados baleados ou apedrejados, emsuma atacados, para além de ataques cirúrgicos a esquadras de Polícia eatentados, alguns deles verdadeiras execuções, contra elementos das forçaspoliciais ou carcerárias e até a seus familiares.
Como causas dos acontecimentos é-nos dito que foi devido à transferênciade presidiários importantes para outros estabelecimentos prisionais, masparece, levando em conta cartaz afixado em porta de supermercado, que os detidostambém têm reivindicações a fazer. Não é da nossa conta e nem o Povoestará interessado nessas coisas, o que o Povo teme são as consequências quepara além de colocarem a sua vida em risco o impede de fazer a vida quotidianacom normalidade e circular pela cidade em paz e sossego, sendo este sossegomuito relativo em cidade que, como já vos disse, tem mais de 10 milhões dehabitantes. Uma das consequências que de imediato colocou um certo caos nacidade foi a diminuição drástica de ônibus a circular. Em notícia na TVouvi que, no dia 13, somente quinze por cento da frota de autocarros estava àdisposição dos paulistanos. Como resultado, o Povo ficou apeado, formando-se ajuntamentosbrutais nos pontos de ônibus com as pacatas gentes a perderem a calma e apartirem para o protesto exigindo transporte que os levasse a seus empregos ouque os trouxessem de volta ao lar. Quanto a mim... cortei-me. Como nãosentia obrigação, fiquei-me por cá no meu cantinho, tanto mais que, comorelatei, o corpo e a mente andavam deveras desajustados do seu normalfuncionamento. Como os estimados leitores podem constatar através das ligações que Voz doSeven faz a partir das fotos publicadas, os actos mais assustadores reportam-seao dia 12 deste mês de Julho, Quarta-feira, mas hoje, Segunda-feira, parece quea vida da grande cidade está normal. Da janela de meu quarto vejo os ônibus acumprirem os seus percursos, o trânsito a fluir com a intensidade usual ecertamente que a esperança do já passou voltou à mente da maioria dospaulistanos. Assim seespera!
FOLHAONLINE
VOLTA DO TERROR
Na Vila Madalena, o cabeça do PCC
Apontado como sucessor de Marcola, Gegê do Mangue cresceu no crime vendendo drogas para descolados
Bruno Paes Manso
Bares, boemia, cultura de vanguarda. Se Nova York tem no Village seu reduto, São Paulo tem a Vila Madalena. Foi lá, na zona oeste, na quarta-feira, que o selo Demônio Negro lançou o livro artesanal 12, com autores da nova literatura paulistana, no bar Mercearia São Pedro, na Rua Rodésia. Coisas da Vila.
Enquanto isso, a alguns quarteirões dali, um ônibus era incendiado na esquina das Ruas Fidalga eAspicuelta. À primeira vista, nada mais distante do espírito da Vila do que a investida do crime organizado.
Mas é lá, na Vila, que nasceu, cresceu e apareceu para o mundo do crime Rogério Jeremias de Simone, de 29 anos, o Gegê do Mangue, considerado hoje o segundo homem na hierarquia do temido Primeiro Comando da Capital. Graças a um componente que costuma vir associado a bares, boemia, cultura de vanguarda: drogas. Tanto na Vila como no Village.
Nos anos 90, quando a música eletrônica ainda era uma onda que começava, a Torre do Dr. Zero, na Mourato Coelho, era um reduto de iniciados. Jornalistas, VJs, DJs, publicitários, produtores culturais, escritores e descolados se encontravam em bares como Matrix, Super-Bacana, Jungle, Borracharia, Brancaleone, para trocar idéias, dançar, ver, ser visto.
Difícil era entrar no banheiro dessas casas, porque a fila não andava. A cocaína, batida com gilete na tampa da privada antes de ser cheirada (o que a galera chama de 'caratê boliviano'), garantia o pique nas noitadas. 'Vanguarda, aqui como em qualquer lugar, sempre esteve ligada ao consumo de drogas.
Uma balada sem dealer (traficante) não tem graça', diz A.C., produtora cultural que freqüenta a noite da Vila.
Quem ganhou dinheiro e poder com essa sede por novas experiências foi Gegê do Mangue.
Era o 'patrão'. Nos anos 90, antes de Gegê ser preso, a boca funcionava no Mangue, favela que existe na Vila desde os anos 60, entre as Ruas Fradique Coutinho, Fidalga e Rodésia. Ele e outros meninos ficavam nas esquinas durante a madrugada, tocando uma espécie de drivethru de drogas.
Na balada, bastava baixar no quarteirão, dizer a droga que se queria, dar uma volta na quadra e pegar a encomenda. 'Não tinha erro. Quando não se conseguia no Mangue, logo ao lado tinha a boca da Rua Djalma Coelho. Em uma delas, sempre era possível se arrumar', lembra P., morador do bairro, médico.
Formada por uma mistura de imigrantes portugueses, operários e estudantes, a Vila ganhou fama de bairro alternativo ainda na década de 60. Nos anos 50, a construção dos Cemitérios São Paulo e do Araçá fomentou o crescimento da Vila, juntamente com a imigração de portugueses da região do Minho. 'Até hoje, quando rezo as missas, ouço um ´Ai, Jesus´ de uma ou outra criança descendente desses imigrantes', conta o padre Pedro Antônio, da Igreja Santa Maria Madalena e São Miguel Arcanjo, na Rua Girassol.
Nos anos 60, com a criação da Cidade Universitária, as casinhas da Vila viraram moradia para os estudantes da Universidade de São Paulo. Abriram-se os bares, mecas da contracultura, com intermináveis debates regados a cerveja e maconha. 'Eram hippies, comunistas, portugueses, sambistas, trabalhadores, que sempre conviveram em harmonia aqui no bairro. Esse convívio, por sinal, sempre foi um de seus pontos altos', diz o presidente do Partido Verde na cidade, José Luiz de França Penna, morador do bairro e organizador da Feira da Vila.
Nos anos 80 e 90, a Vila foi sitiada pelos bares. O Empanadas, na Wisard, e o Sujinho, na Fradique, são dessa fase. As bocas começam a ter um movimento mais intenso, fomentado por clientes vindos de fora.
Essa é a época de João Carlos Mendes dos Santos, o João do Mangue, de 36 anos, nascido e criado na Vila. Apesar de vender drogas, ele conseguia se relacionar em diversas esferas.
Era conhecido por gente da Igreja, líderes políticos e sambistas da escola local, a Pérola Negra, onde chegou a compor letras de música.
Por causa dos negócios, João voltava e meia ia preso. Hoje, só o que se sabe é que está solto. A última prisão aconteceu em 2004, quando foi detido em flagrante com um tijolo de
Desde 2000, sumiu o drive-thru da droga, mas venda no atacado cresceu
maconha na Fidalga. A polícia estimava na época que ele movimentava de 4 a 5 quilos de cocaína por semana. Quando João saía de circulação, os negócios do Mangue eram tocados pelos 'aviões', meninos de confiança que o ajudavam a negociar com os clientes que passavam de carro ou faziam entregas nos bares e casas noturnas da área. Na cobertura dessas brechas é que surgiu o pupilo Gegê.
Sete anos mais novo que João, Gegê não chegou a fazer grandes mudanças na estrutura das bocas. Elas continuavam como um negócio relativamente pequeno, que não deixava os traficantes ricos. Gegê também entrava e saía da cadeia, ocasiões em que era substituído pelo irmão mais novo, Cristiano - filiado ao PCC e morto há três meses, numa perseguição policial.
Foi nas penitenciárias, de onde Gegê não saiu mais desde 2000, começou a encorpar no mundo do crime. Ficou importante a ponto de os deputados da CPI do Tráfico de Armas perguntarem a Marcola se ele conhecia Gegê quando tomaram seu depoimento, no mês passado, em Presidente Bernardes. 'Conheço. Tá preso aqui. A gente vive tirando cadeia nos mesmo lugares', disse, às gargalhadas, Marcola ao deputado federal Luiz Couto (PT-PB), que o interrogava.
A ascensão de Gegê no Partido do Crime, como os presos chamam o PCC, só foi detectada pela polícia em 2003. Na ocasião, ele já era o piloto (gerente) da Penitenciária de Avaré, onde estava presa na época a cúpula do grupo. E foi lá que Gegê passou a assumir tarefas de responsabilidade no PCC, como a participação no assassinato do juiz-corregedor de Presidente Prudente, Antônio Machado Dias, vítima de um atentado em março de 2003.
Com a influência e a rede de contatos montada na cadeia, Gegê mudou o patamar dos negócios. Desde o começo de 2000, o drive-thru no Mangue minguou. O grosso do tráfico é destinado a bocas fora da região. Acabou o varejo. Começou o atacado.
Falar em Gegê na região do Mangue é tabu. Isso vale para escolas, postos de saúde, líderes políticos e religiosos, numa espécie de lei do silêncio no coração cultural de São Paulo. Mesmo quando um ônibus pega fogo na esquina das Ruas Aspicuelta e Fidalga, no meio da agitação noturna. Fidalga, aliás, era a rua onde Gegê morava antes de ser preso.
COLABOROU MARCELO GODOY
VOLTA DO TERROR
De coroinha a chefão do tráfico
Gegê é o principal nome da segunda geração do PCC, que defende o terrorismo como arma contra o Estado
BRUNO PAES MANSO E MARCELO GODOY
Segundo a inteligência da Polícia Civil de São Paulo, se Marcos Camacho, o Marcola, morrer, quem assumirá a liderança máxima do crime organizado será Rogério Jeremias de Simone, o Gegê do Mangue. Principal nome da segunda geração do Primeiro Comando da Capital, ele é tido pela polícia como um bandido violento.
A segunda geração de chefes do PCC distanciou-se do grupo de fundadores da facção. É gente que defende o terrorismo como método de enfrentar o Estado, da qual fazem parte ainda Abel Pacheco, o Vida Loka, Roberto Soriano, o Tiriça, Carlos Eduardo da Silva, o Balengo, Orlando Mota Júnior, o Macarrão, Robson Lima Ferreira, o Marcolinha, e Eduardo Lapa dos Santos, o Edu Lapa. 'Assim como o BH (Emivaldo Silva Santos), o Gegê é o homem do poder político, enquanto o Biroska (Edílson Borges Nogueira) é o homem do poder econômico', afirma um delegado.
Para a polícia, o atual segundo na hierarquia da facção, Julio Cesar Guedes de Moraes, o Julinho Carambola, vive à sombra de Marcola e cairia com o chefe, em caso de mudança na cúpula.
Gegê começou no PCC por meio de um padrinho forte: Carlos Magno Zito Alvarenga, o Nego Manga. Nego Manga foi morto na Penitenciária de Iaras em maio de 2005 durante o expurgo da ala do PCC ligada a Sandro Henrique da Silva Santos, oGulu, único bandido capaz de desafiar o poder de Marcola.
Gegê começou a subir na hierarquia do PCC após a morte do juiz-corregedor de Presidente Prudente Antonio Machado Dias. Ele foi flagrado levando a Marcola um bilhete com o anúncio de que o atentado tinha dado certo. Na época, era o piloto (gerente) do PCC na Penitenciária de Avaré.
INFÂNCIA
Sua infância, porém, nada teve de diferente da de toda a comunidade do Mangue, na Vila Madalena. Gegê jogava futebol no time do Mangue e participava até de torneios maiores, nos campos de várzea do Parque do Povo, na Avenida Cidade Jardim. A camisa era amarela, com uma folha de maconha desenhada, que depois passou a ser usada na antiga Casa de Detenção, no Carandiru.
Rogério estudou na Escola Estadual de 1º Grau Brasílio Machado. Ia à igreja e algumas pessoas ouvidas pelo Estado garantem que na casa da mãe há uma foto de Gegê e do irmão, Cristiano, com roupas de coroinha.
Participavam dos ensaios na Escola de Samba Pérola Negra e freqüentavam os bares da Vila, como outros garotos do Mangue. Seus preferidos eram o Tihuana, que funcionava na Rua Fradique Coutinho, e uma padaria 24 horas na Rua Cardeal Arcoverde.
Quando Gegê e Cristiano começaram a se envolver com o comércio de drogas, a mãe ficou louca da vida. Cansou de dar bronca nos dois na frente de outros garotos. Apesar disso, sempre apoiou os filhos.
A carreira de Gegê no crime começou nos anos 90. Em 1995, veio a primeira prisão. Processado depois por formação de quadrilha - já como integrante do PCC -, acabou condenado a 6 anos de prisão. Hoje, a pena somada de suas sentenças chega a 15 anos e meio.
Este Salazar nada tem a ver com o "teu amigo".
O que andas a ler... "obrigas-me" a revisitar o pa...
Adorei a parte final da recomendação, O limão foi ...
MOMENTOS SÃO PAULO
Perdida em casa
A gata do Canindé
A [barata] tonta da Paulista
Tanto Mar
Big desilusão
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Os pecados [confessáveis] de uma menina bem
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MOMENTOS SÃO PAULO