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(num repente e sem razões antes delineadas o texto tomou um rumo inesperado que a minha própria razão desconhece mas que não se importa de ver publicado)
Nascido neste dia 25 de Fevereiro do ano de 1917, meu pai faria hoje 92 anos de idade. Hoje Quarta-feira de Cinzas, primeiro dia da Quaresma, afinal 46 dias até à Páscoa (12 de Abril).
Ainda ontem cá em casa enquanto assistíamos a um "resumo" dos desfiles carnavalescos falei que não me lembrava de o meu pai ter alguma vez comemorado o aniversário na Terça-feira de Carnaval, apesar de ter uma vaga ideia de ele o ter focado. Curioso, e porque agora tenho as tecnologias à mão, vi então que durante os seus 85 anos de vida, o Zé Neves meu pai teve direito apenas a duas Terças-feiras Gordas coincidentes com o "seu dia de anos": em 1936, ainda um moçoilo de 19 anos, e em 1941 quando ainda nem tinha juntado os trapos com minha mãe apesar que não tardou muito a fazerem-no... foi no ano imediato. Como curiosidade registei ainda que houve também apenas dois anos (1925 e 1998) em que o dia 25 bateu certinho com o dia de hoje.
Ontem ainda, com os olhos vidrados no pequeno écrã, já dava eu volta aos neurónios idealizando o que iria escrever hoje aqui e à laia de brincadeira, e porque no Carnaval (quase) nada parece mal, disse eu à minha Maria que nem ficaria mal uma foto carnavalesca e atrevidota a emoldurar a entrada que estou a redigir agora em comemoração dos 92 anos de nascimento de meu pai. Claro que me chamou atoleimado logo de imediato avisando-me ainda que os meus irmãos nem gostariam muito. É, talvez. Desisti, embora um pouco desanimado e contrariado, diga-se.
No entanto, mais tarde e durante a noite o travesseiro deu-me um mote: meu avô, pai de meu pai. Em princípio poderá parecer inexplicável, mas não será alheio o facto de uma das Escolas de Samba ter trazido Angola para a "avenida". Ou talvez não tivesse sido isso, não sei. Razões que a razão desconhece. Bem, afinal seria um bom presente para a entrada dos 92 anos do Zé Neves colocar lado a lado os dois já que conviveram tão pouco durante a vida porque o Manuel Neves, meu avô, rumou a África ainda nos anos 30 e nunca voltou. Por Angola está sepultado, no Cubal, perto do Lobito, creio. Da aventura africana ofereceu três irmãos a meu pai. Duas mulheres e o Manuel António, o único desses tios africanos que eu conheço. Por estranho que possa parecer jamais meu pai nos transmitiu alguma mágoa e/ou revolta que sentisse em relação ao pai dele por ter partido deixando três jovens por Santa Comba Dão e jamais ter regressado para um abraço. Nunca lhe ouvi um desabafo contra o pai. Provavelmente meu pai sofreria em silêncio, não sei, mas acredito que sim.
Já eu... sinceramente vos digo que eu não conseguiria calar e teria que desabafar a dor.
É, talvez filho de peixe nem sempre saiba nadar, talvez este texto seja assim como esse tal desabafo que meu pai nunca teve para que agora em harmonia descansem os dois em paz e, em parte, eu me liberte desse traço de má imagem que meu avô me deixou.
Este Salazar nada tem a ver com o "teu amigo".
O que andas a ler... "obrigas-me" a revisitar o pa...
Adorei a parte final da recomendação, O limão foi ...
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