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Parabéns à Zerita

por neves, aj, em 22.10.10

[...  e muitos anos de vida mais]

Hoje a avó de minha filha e minha sogra também [porque sogra é eterna dizem os homens das leis] acrescenta mais uma folha ao livro da sua vida.

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Porque está a atravessar momento de saúde delicado [contudo enfrentado com a coragem e a boa disposição que dela sempre foram atributos] cumpre-me antes de mais desejar-lhe rápidas melhoras e depois que esta folha primeira da década de oitenta tenha chegado discretamente leve mas mui perfumada com odor de rosas multicolores e belas, contudo livres de espinhos porque afinal já chega de tanta agrura na vida.
Um abração do tamanho da montanha que nos separa.
Neves, AJ

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publicado às 12:53

O meu cantinho

por neves, aj, em 19.10.10

[ o Atlântico é demasiado pequeno...]

Um dia destes falei-vos no mais belo dos meus espaços preferidos, onde vive A Sobreira, o Largo do Outeirinho também conhecido como Mirante ou Miradouro, lugar aprazível da ditosa Mãe-terra que acompanhou o meu desenvolvimento de criança e adolescente, as minhas brincadeiras também, e ainda me proporcionou momentos de indescritível bem-estar.
Hoje apresento-vos o meu cantinho preferido deste lado do Atlântico, que apesar de estar situado em cidade com população mil vezes superior e à distância de oito mil quilómetros daquele espaço que assistiu às minhas primeiras esfoladelas nos joelhos tem ambiente que em muito se assemelha: calmo e tranquilo, contudo apenas durante a noite e alvorada, porque durante o dia o desassossego aparece devido à barafunda automobilística, e onde até posso escutar ao raiar da aurora o chilreio dos periquitos, curiosamente bem maiores dos que eu até agora conhecia e que se apresentam sempre vestidos de [belíssima] plumagem verde.

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Propositadamente apresento-vos foto que não retrata o exterior, para assim já poderdes concluir que até os meus hábitos de vida rodaram uns 150 graus, talvez para a esquerda para continuar a ser coerente e tentar mostrar que os Novembros não me envelheceram a mente, e não direi os costumeiros cento e oitenta porque nem os pregadores são perfeitos, apesar da lábia com que nos tentam enrolar. É, é verdade, meus estimados [e estimadas, porque ainda tenho gente no feminino que gosta de mim], este vosso amigo que vos escreve deixou a rua e refugiou-se entre quatro paredes. Mais caseirinho, como soi dizer-se, não por imposição mariana [por aqui não se usa "pagar para a ponte", apesar de que bananas há em todo o lado] nem pela tão apregoada violência [que felizmente nunca vi ao vivo e espero jamais ter contacto com ela], antes sim por opção, afinal agora tenho um lar, não rico, claro, mas também não miserável, onde as maiores riquezas serão a Maria, a Piruças 4patas e esta velha máquina que me permite estar sempre convosco, com os amigos, estar sempre atento ao que se vai passando pelo pequeno rectânculo [e ilhas adjacentes, porque se impõe a referência] e que até me permite mandar umas alfinetadas no leão que o meu mano Vasco continua defendendo com unhas e garras, e ainda ouvir [e ver] a eterna pequerrucha de um pai, apesar de ter crescido e já ser bem mulher.
O [meu] cantinho tal como se apresenta foi montado durante a última Copa 2010, onde do meu lado direito nessa parede forrada a madeira "preguei" os símbolos das duas Pátrias que gostaria de ver mais unidas, longe desse conceito lamechas de "Pátrias irmãs" antes sim de duas Nações independentes, situadas em continentes diferentes e distantes, com culturas mui próprias e mui distintas, embora com inúmeros laços culturais e de sangue, note-se, e de Língua, note-se muito bem, que as condenou a viver perpetuamente enleadas e não de costas viradas como se vê em tantas situações. Culpas? De ambas as partes, garantidamente, e se não especifico situações é porque o bom senso de estrangeiro em casa "alugada" e, por outro lado, o meu patriotismo lusitano, me impedem de divulgar algumas atrocidades tantas delas preconceituosamente primitivas como são aquelas de não se reconhecer como um dos nossos os filhos gerados em terra alheia e impor-se uma portagem [pedágio] para entrada na nossa terra quando afinal a História nos diz que os os nossos [garbosos e valentes] ancestrais invadiram a terra habitada pelos antepassados deles, tomando-a sua.

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publicado às 15:30

Páscoa alta

por neves, aj, em 19.10.10

... no próximo ano de 2011, conforme nos diz o Calendário 2011 que acabámos de construir, a Páscoa é no último Domingo de Abril, dia 24. Diz a sabedoria popular que a "Páscoa é alta" e por essa razão as restantes festividades ocupam no calendário uma posição "meio estranha", diferente do habitual. Que o diga o Feriado Municipal da nossa ditosa Santa Comba Dão.

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clicar para aceder a entrada sobre o Calendário 2011

Quando se constrói um calendário, pode-se começar por preencher, como nós temos por hábito, os meses do ano aproveitando o calendário do ano anterior. Marcam-se os Domingos e os dias de feriado fixos. Para marcar os feriados móveis ligados ao catolicismo torna-se obrigatório determinar o Domingo de Páscoa já que é a partir dele que as outras festividades são marcadas: Carnaval [uma Terça-feira], véspera da Quaresma, é o 47º dia antes da Páscoa e o Corpus Christis ou Corpo de Deus [uma Quinta-feira] é o 60º dia após o Domingo de Páscoa. Pelo meio, já que é de interesse dos santacombadenses, aparece a Quinta-feira de Ascensão, o 39º dia depois da Páscoa. Falta dizer, afinal o mais importante, que o Domingo de Páscoa é o primeiro Domingo após a primeira Lua Cheia que ocorre depois do equinócio de Março [que ocorre quase sempre no dia 21, mas se acontecer antes e se 21 for Domingo e dia de Lua Cheia jamais pode ser Páscoa, por norma da Igreja que tem regras específicas para determinar essa Lua Cheia um pouco diferentes das regras astronómicas]. Por palavras mais directas e pelo que lemos podemos garantir que a Páscoa jamais pode acontecer a 21 de Março, ocorre obrigatoriamente entre 22 de Março e 25 de Abril.
Esclareça-se que já pululam por aí programas que nos ajudam a determinar a Páscoa com um simples clique, como aquele de que nos servimos e que se encontra à disposição de todos na coluna dos links da Casa-Mãe do Voz mas também na entrada que fizemos especialmente sobre o Calendário 2011 e que  pode ser acedida com um clique na imagem. A propósito diga-se que com o dito programa só temos o "trabalho" de determinar a Quinta-feira de Ascensão.
Nota - para desfazer algum "mal-entendido" que possa surgir com o duração da Quaresma esclareça-se que para os católicos o "tempo de Quaresma" é realmente de 40 dias, mas "em tempo corrido", no calendário, esse período é de 47 dias. Esta diferença acontece porque para a Igreja, os Domingos são já dias "dedicados ao Senhor" e como tal são excluídos do "tempo de Quaresma".

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publicado às 13:27

PR em Santa Comba Dão

por neves, aj, em 17.10.10

... considere-se PR como iniciais de Presidente da República, no caso concreto da República Portuguesa, cargo actualmente desempenhado pelo Prof. Aníbal Cavaco Silva.

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clicar para ampliar e apreciar álbum de fotos da visita

Das muitas fotos [exactamente 45] sobre a visita presidencial à ditosa Mãe-terra que o portal da Presidência da República nos oferece, escolhemos esta por várias razões sendo que uma delas, quiçá a principal, foi ter sido captada na praça do poder local [atente-se no Pelourinho, ou réplica], o Largo do Município, mesmo em frente aos Paços do Concelho. Claro que não nos passou desapercebido o sorriso do PR, "coisa rara" como diria Zé Povinho, mas não seria motivo suficiente para a escolha, já a presença dos nossos presidentes, da Câmara e da Assembleia Municipais, é deveras relevante. Como o é, para nós, claro, a presença de Lauro Gonçalves, o primeiro dos presidentes de Câmara democraticamente eleitos pós-Revolução de Abril e que deu a primeira lufada de dinamismo à então estagnada vila de Santa Comba Dão, e também, claro, porque assim ditam as regras democráticas, a "voz da oposição" na pessoa de dois deputados [Assembleia da República] do Partido Socialista.

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publicado às 07:27

Quim-Russo

por neves, aj, em 17.10.10

... o homem que colocou em sentido o Presidente da República aquando da sua passagem p'la ditosa Mãe-terra, ou não fosse ele um NASCIDOS-55.
Um forte abraço para o Quim e pra toda a cambada nascida em 1955 que neste ano de 2010 completa a castiça idade de 55 anos.

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publicado às 07:24

Mais perto

por neves, aj, em 16.10.10

... amanhã ficaremos mais perto de "casa".

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Hoje, dia 16 de Outubro de 2010, encontramo-nos a 4 horas de diferença  de Portugal ["atrasados", para "menos" porque estamos para ocidente], mas amanhã ficaremos a apenas 3 horas [do Continente e da Madeira, porque dos Açores apenas duas].  A causa é a entrada em vigor da Hora de Verão aqui no Brasil como divulgamos em entrada própria no Voz 2.  No entanto, esta diferença horária de 3 horas, curiosamente a que na verdade os fusos horários determinam, só se irá manter até ao final do mês, precisamente até ao dia 31 de Outubro [último Domingo] quando em Portugal entrar em vigor o Horário de Inverno com o consequente atraso de 1 hora nos relógios oficiais.  Brasília e Lisboa ficarão na sua menor distância temporal: 2 horas apenas, diferença que se manterá até 20 de Fevereiro de 2011 quando no Brasil findar a Hora de Verão... estas diferenças poderão ser melhor entendidas naDança das Horas, documento que preparámos há uns anos. Um clique no mapa permite ligação a página do portal uol onde nos é relatado, entre outras "curiosidades", que o Brasil conta economizar 80 milhões de reais [34 milhões de euros ao câmbio de hoje] com esta mudança para a "hora nova".

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publicado às 19:30

A Sobreira

por neves, aj, em 16.10.10

"não é uma mera sobreira, mas, sim, aquela que reside no mais belo dos meus espaços preferidos, o Outeirinho, onde cresci"

... claro que a Sobreira vai grafada com inicial maiúscula porque é uma companheira com quem convivi durante muitos anos, décadas. Simpática e bela, conheci-a quase sempre vestida de cortiça, contudo também nua de tronco, de nove em nove anos, esclareça-se, em nudez que de início se revela em tons avermelhados como carne e que depois vai escurecendo como se peças de vestuário vá vestindo.
Ofereceu-me toneladas de companhia ao longo da sua vida que não sei a idade, mas que desejo ainda mui longa, para além de sombra, muita sombra, montões de sombra e também, claro, quilolitros de ar fresco por agitação das suas folhas verdes em resposta a lufada de vento passante, tornando muito mais agradáveis os momentos em que lia livro ou jornal ou simplesmente apreciava a paisagem sentado num dos bancos de granito sob a sua copa, contudo a outros teria oferecido muito mais, cobertura silenciosa de inúmeras falas e carinhos, beijocas e promessas de amor muitas delas que não teriam passado disso mesmo, de promessas.

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A foto encontrei-a por aí, não vou dizer onde porque foi surrupianço de local que não me fica bem tornar público, e é relativamente recente, creio que de 2009 ao contrário desta com chancela de 2002, o ano em que transpus o Atlântico, e que foi por mim captada porque me preocupei em trazer, tal como o pedaço de granito ou o punhado de terra do quintal, alguns desses pedaços [o das raízes ou origens] que impedem que um homem se despedace quando faz contas à vida.

 

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publicado às 09:12

Novembros, cada vez mais brancos

por neves, aj, em 15.10.10

[porque ontem fui à tosquia]

... vem aí mais um Novembro, o quinquagésimo quinto.

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publicado às 07:35

Frio em São Paulo

por neves, aj, em 13.10.10

... a imagem é realmente invernosa, apesar de pessoalmente não acharmos que tenha estado assim tanto frio. Contudo, registe-se, que este Beirão voltou ao baú para [re]colocar o cobertor que já tínha tirado da cama.
Primavera esquisita esta!

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publicado às 22:31

Insectos em imagem

por neves, aj, em 13.10.10

... a formiga pote-de-mel, "prenhe" de néctar noabdómen, afinal uma reserva alimentar, é um dos 150 insectos que o entomologista Richard Jones reuniu em livro, no "Extreme Insects". Um clique na imagem leva a pequeno álbum onde outros inusitados insectos podem ser apreciados.

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publicado às 22:21

Arte cigana

por neves, aj, em 13.10.10

... temos que confessar que o título foi inventado por nós, logo as probabilidades de não se adequar [à imagem] são enormes porque a legenda da [belíssima] foto apenas nos fala em "mulher que faz artesanato em Iza, na Ucrânia".
Contudo, perdoem-nos a "brincadeirinha" porque as vestes negras e as mãos hábeis levaram-nos à nossa infância, aos tempos em que uma ou outra família de etnia cigana acampava no Outeirinho a escassos 50-100 metros de nossa casa e cuja ocupação era, essencialmente, o trabalho em vime: empalhamento de garrafões e fabrico ou reparação de cestos ou cestas.

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publicado às 20:53

Visita Presidencial

por neves, aj, em 13.10.10

O Presidente da República Portuguesa estará de visita à ditosa Santa Comba Dão no próximo Sábado dia 16 de Outubro.
Do programa consta, Recepção nos Paços do Concelho [16 horas] e Inauguração do Centro Escolar Norte [17 horas].

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Pela nossa parte, cumpre-nos a tradicional saudação de boas-vindas!

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publicado às 10:33

Monumento à República

por neves, aj, em 13.10.10

... ao Centenário da República, mais propriamente, que tomou assento numa das rotundas da ditosa Santa Comba Dão: junto à EB 2,3 afinal junto ao Ciclo.
Pena é que não se consigam vislumbrar os pormenores do monumento. Fizemos o pedido à edilidade, para publicação de outras fotos mais, vamos lá a ver se temos resposta positiva.

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publicado às 10:26

Dia do Idoso em Santa Comba Dão

por neves, aj, em 13.10.10

... aconteceu nos dias 1 e 3 de Outubro.
No primeiro dia do mês, Dia do Idoso, houve acções de rua [centro da cidade] com distribuição de mimos pelos menos jovens. No dia 3, Domingo, houve "lanche-convívio com animação musical dançante".

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publicado às 10:02

Dilma em Aparecida

por neves, aj, em 12.10.10

... a [nossa] candidata Dilma foi à missa no Santuário de Aparecida e a situação fez-nos recordar acto que nós próprios praticámos há 35 anos por terras de Lafões onde o "morangueiro" é também conhecido como o "vinho das duas mãos" dado o seu poder diurético.
Atente-se que não temos base para afirmar que são actos semelhantes, mas também não temos culpa de a nossa mente nos levar a viajar no tempo e recordar a situação pela qual passámos e que, bem vistas as coisas, tem um ponto em comum com esta que é a de uma ida à missa ter tanta importância e se tornar necessária para não sermos proscritos. Tudo por culpa das religiões meterem o bedelho onde não são chamadas, atente-se. Claro que Dilma Rousseff tem todo o direito [se católica terá também dever, porque, convenhamos, essa coisa de católico não praticante é um incumprimento] e de maneira alguma queremos questionar a sua Fé, mas não se livra a candidata, a nossa, repetimos, de ser acusada de acto político. Foi acto político esta sua ida à missa? Que seja, ora. Pior é o domínio que padres e bispos praticam nas mentes aproveitando a vulnerabilidade de quem é crente para as induzir em políticas contrárias à sua realidade social. Claro que Dilma fez bem, independentemente da crença, repetimos, porque é deveras anedótico uma eleição para Presidente da República de uma nação que se diz laica constitucionalmente ser determinada por leis religiosas em actos que são puramente do domínio dos homens. Quando é que as religiões metem na cabeça que o aborto é uma questão de consciência [quem o fizer que durma com ele] e que ele jamais deve ser tratado como acto pecaminoso e sim como uma questão de saúde pública [que escapa completamente a padres, bispos e até a divindades e só diz respeito a médicos]? Dilma é a favor da descriminalização? Porque não? Claro que todo o homem de bem, que tenha dois dedos de testa, não é a favor do aborto por dá cá aquela palha, é sim a favor de o descriminalizar e de impedir que ele seja feito [porque se faz] em condições precárias, perigosas para a saúde que pode levar à morte da mulher ou a deixar-lhe sequelas gravíssimas, porque não queiram as religiões tapar o sol da verdade com uma peneira de mais de um milhão de abortos clandestinos por ano que o Ministério da Saúde estima praticados nesta imensidão territorial chamada Brasil. Claro que para as senhoras do "Cansei do Lula", para as chamadas senhoras de bem, melhor, de bens e entenda-se como possuidoras de bens materiais, é assunto que lhes passa ao lado, aliás até levantam a bandeira p'la vida e etecetera e tal e até pregam, como ouvimos, que aborto é coisa da plebe, porque, está claro, que se algum dia o pecado lhes entrar portas adentro resolvem a situação em confessionário de clínica privada conceituada e livre de qualquer suspeita ou viajam ao exterior, a Portugal por exemplo.

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Quanto à nossa história, nela não entra o aborto, mas mete ida à missa em acto puramente político... estávamos no "verão quente" de 75, pós-Revolução de Abril, e o MFA [Movimento das Forças Armadas] destacou-nos em alfabetização [após ensaboadela nas Termas de São Pedro do Sul] para pequena povoação, freguesia de Vouzela, Campia de seu nome, situada nas encostas da Serra do Caramulo não muito longe de casa diga-se em abono da verdade [uns 50  Km, talvez] contudo amputada de transportes públicos. Claro que não fomos sozinhos, e sim em grupo. De cinco. Da santa terrinha éramos quatro jovens pré-universitários com uma vontade louca de ensinar a ler quem não o soubesse e de "dar voz" a quem não a tivesse ou que tivesse dificuldade em a fazer chegar a outras instâncias e o quinto elemento era de Nelas, se não nos enganamos, sabemos isso sim, temos a certeza, é que era um leão sem garras, aliás apenas com unhas para tocar viola enquanto os outros faziam os deveres de casa [limpar, fazer almoço e jantar, lavar louça e etc e tal] e tentavam inventar estratégias para dar cumprimento ao que a 5ª Divisão nos tinha incumbido. Contudo, no primeiro contacto que tivemos com a povoação [transportados em automóvel conduzido por mãe de um dos nossos colegas] o desânimo foi total. Ninguém à nossa espera. Estávamos perdidos. No entanto demo-nos ao conhecimento [jamais esquecemos que neste primeiro dia saboreámos uma broa de milho maravilhosa numa adega de tecto baixíssimo] e ficou acordado que ficaríamos dois de nós por lá: este que vos escreve e o amigo ECastrinex, porque tinha amigo resineiro nas redondezas que nos ofereceu mesa e cama por uma noite [com caçadeira à cabeceira, registe-se]. Logo depois tratámos de nos mexer e a segunda noite já foi passada na "nossa futura casa" uma casa devoluta de um militar de patente que o cunhado Firmino,o brasileiro, nos franqueou.  Porque a fama destes jovens alfabetizadores era de comunistas [palavra que na altura significava matar os velhos com uma injecção atrás da orelha] foi-nos recomendado pelos nossos superiores [os militares, embora nós não o fôssemos] que fizéssemos de tudo para, logo de início, cair nas boas graças do Povo. Uma das estratégias passava pela religião, não entrar em choque com o Padre, visitá-lo o mais rápido possível, darmo-nos ao conhecimento, enfim apresentarmo-nos, e logo de seguida mostrar à populaça que estávamos bem com ele, padre, e até com Deus... assim se idealizou e assim se praticou: no Domingo imediato, o par de jarras acima citado, nós, rumou cedo à Igreja e participámos no Santo Sacrifício [oh se foi sacrifício] tomando assento logo na primeira fila de fiéis, mesmo nas barbas do pároco e ao lado das forças vivas da aldeia. Fomos bem aceites, éramos queridos da população e convivíamos com ela, inclusive na "sacha do milho" e merendas, claro. Foram dois meses em que comemos e bebemos sempre muito bem e quanto à alfabetização não se chegou a fazer porque só havia três analfabetos e como era tempo de andar nos campos de cultivo não tinham tempo para nos aturar.

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publicado às 12:14

Douro

por neves, aj, em 11.10.10

A nossa experiência diz-nos que sem o homem, o Douro dos socalcos perdia encanto e sem o Douro o homem jamais entenderia o conceito de beleza.
Um necessita do outro e está tudo dito. É na verdade uma das simbioses mais perfeitas que a Natureza pariu e só se entende isso depois de por lá se ter permanecido, subentendendo-se que conhecer de passagem não chega porque Douro não é só Rio serpenteando entre elevações, variedade de cores em tons de castanho e vermelho verde e azul perdidas num ondulado de montanhas que se esfumam no horizonte, nem só o odor peculiar que brota da terra, Douro é muito mais, é vinhedos e olivais que trepam em montanha conquistada pelo homem, é presenciar sem pressa as vindimas nos socalcos mais antigos onde as máquinas não têm acesso, é saborear cálice de generoso com dezenas de anos envelhecido em vasilhas prenhes de história ou mera azeitona superiormente curtida, é viver sem levar muito em conta os rigores do Inverno porque não vão tardar os prazeres das sementeiras e das colheitas ou, ainda, é hospitalidade encarnada em mãos calosas de trabalho de aspecto aparentemente rude mas que são das mais hábeis no fabrico de vinho ou salpicão, também pão.

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A foto encontrámo-la por aí e está desconectada com qualquer notícia, contudo, dada a sua espectacular beleza e ainda por nos permitir cirandar alegremente pela gaveta das recordações, sentimo-nos na obrigação de a partilhar convosco.
Reconhecidos, assinamos como "um Beirão que jamais deixará de amar o Douro".

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publicado às 00:20

Copacabana

por neves, aj, em 11.10.10

... dá para perceber porque chamam cidade maravilhosa ao Rio de Janeiro, não?

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publicado às 00:16

Pedra Filosofal

por neves, aj, em 10.10.10

... eles não sabem que o sonho é vinho, é espuma, é fermento bichinho álacre e sedento, de focinho pontiagudo, que fossa através de tudo num perpétuo movimento... são versos da Pedra Filosofal in Movimento Perpétuo [1956] do poeta António Gedeão, pseudónimo do Prof. Rómulo de Carvalho, nome que aprendemos a conhecer como autor de livros escolares onde decorávamos as leis da Física bem antes, muito antes, de descobrirmos que o professor para além de ser uma sumidade na matéria das Ciências Fisico-Químicas era também autor de belos poemas como a Pedra Filosofal que nos inspirou a iniciar a entrada e do qual damos um cheirinho, mas outros mais, como Lágrima de Preta  [uma ode físico-química de sais bases e ácidos à igualdade racial], embora aqui a sua veia poética estivesse envolvida por capa com outra denominação.

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Com a publicação da presente foto [que faz parte de notícia que gira à volta do antigo Liceu de Viseu e que é mais uma "transcrição" sem autorização do autor de Letras e Conteúdos] até parece que dessintonizámos [principalmente na óptica dos desconhecedores e/ou desavisados] mas esclareça-se que a citada apresenta-nos personagem ao centro [vestida em tons vermelho] que está relacionada com a Pedra Filosofal de António Gedeão [aqui soberbamente cantada por Manuel Freire], melhor dizendo intrinsecamente ligada a Rómulo de Carvalho, já que ambos ministraram aulas de Físico-Químicas. É certo que a diferentes níveis e a criaturas com idades e talvez visões ou aberturas mentais diferentes [fruto do Portugal desigual de antanho], mas a verdade é que de ambos se ouviram ensinamentos que perduram para toda a vida.
Nunca nos cruzámos com o prof. Rómulo de Carvalho, diga-se, mas de Rui Santos, nosso professor quando ainda nem tínhamos perfeito a dezena e meia de aniversários, ouvimos e guardámos bastante, o princípio da Hidrostática, de certeza, as leis das alavancas e as fórmulas da intensidade, diferença de potencial e resistência da corrente eléctrica, também, e sobretudo aquela célebre lei que curiosamente esquecemos a denominação mas cujo conteúdo lembramos perfeitamente porque nos atrevemos a "discordar" já que no livro as palavras eram outras: "risca e põe como eu digo", foi a resposta do mestre "mansamente amparado" à enorme cana-da-índia que não tinha outra qualquer utilidade que não a citada e servir como apontador ao quadro, porque moca de cacetada jamais.
Respeitosamente, um abraço ao prof. Rui Santos.

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publicado às 16:08

Farol centenário

por neves, aj, em 10.10.10

[cinco dias mais novo que a República]

O Farol da Ponta das Lajes das Flores [Ilha das Flores, Arquipélago dos Açores] completa, precisamente hoje dia 10 de Outubro, 100 anos de vida, de uma vida mui preenchida a orientar 24 horas por dia de Segunda a Domingo todos os 365 dias do ano incluindo feriados, Páscoas e Natais, o tráfego marítimo à sua volta, desde cargueiros a pequenos botes, contribuindo assim para salvar inúmeras vidas humanas e a permitir que outras muito mais vidas não se sintam tão isoladas quão a sua condição de ilhéus as obriga a sentir.

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Após cerimónia comemorativa [antecipada para o passado dia 8] presidida pelas autoridades marítimas o Farol das Lajes encontra-se agora aberto a visitas até ao dia 30 de Novembro por prévia marcação a partir de um número de telefone facultado noLiberdade Democrática na Ilha das Flores, do amigo CJ, o blogue de onde trouxemos a novidade soberbamente embelezada pela espectacular fotografia que publicamos.

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publicado às 12:26

Monumento em rosa

por neves, aj, em 08.10.10

O Monumento às Bandeiras [wikipédia] no Parque Ibirapuera em São Paulo também aderiu ao Outubro Rosa movimento mundial de mobilização para prevenção do cancro [câncer] da mama.

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Cristo Redentor em rosa

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publicado às 14:13

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um clique em cada uma das bandeiras


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Comentários recentes

  • neves, aj

    Este Salazar nada tem a ver com o "teu amigo".

  • neves, aj

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  • Rosa Lychnos

    Adorei a parte final da recomendação, O limão foi ...


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