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A Escolinha do Neves

por neves, aj, em 17.02.13

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... a minha amiguita Helena Sofia, na altura com uns 4-5 anitos, é que lhe chamava assim.
Era a sala onde eu dava explicações de Matemática a meninos e meninas, alguns já crescidotes. Ficava situada na Rua Pinheiro de Ázere na ditosa Mãe-terra de Santa Comba Dão em loja por baixo da antiga Rádio Total FM em edifício da propriedade de Ludgero Matos que, diga-se em abono da verdade, jamais me cobrou um tostão pelo aluguer e ainda me franqueava a energia eléctrica. Pelos adereços que vejo na foto noto que estaríamos no Natal, talvez de 2000 ou 2001, dado que o meu rosto está em fase imberbe e sei que no ano da travessia, 2002, já tinha a barba crescida, e ao ver-me entre os painéis de fórmulas matemáticas rodeando o emblema da Briosa não posso deixar de recordar o enorme gozo que me deram a construir [com a ajuda do Paulo Marques, o homem da estrutura física].
De maneira alguma vou falar de saudades, mas sinto um aperto no peito e um grande nó na garganta quando recordo os momentos passados na Escolinha. Que não era minha e sim de todos nós que a frequentávamos e onde se comentava de tudo um pouco, mas trabalhava-se. Bastante. Nunca fui profissional, mas não me lembro de que algum dos jovens tivesse falhado. Uns absorviam melhor do que outros, é facto. Passaram por lá verdadeiros craques dos números que me deixavam orgulhoso e onde o meu papel era simplesmente de acompanhamento e ensinar-lhes alguns truques que facilitam a aprendizagem, mas outros houve que quase do zero [e inexplicavelmente descrentes] atingiram valores bem acima do que eu próprio esperava. Era com estes que eu me sentia realizado, apesar de que o mérito era inevitavelmente deles. Eram mentes que não estavam abertas, simplesmente. "Não há ninguém burro" atirava-lhes eu quando desanimavam.
Não tenho cabeça para os nomear a todos e se o tentasse fazer iria cometer, inevitavelmente, injustiças para com os "esquecidos", mas cada vez que me vem à memória a Escolinha a recordação da pequena Joana, minha explicanda durante 3 anos [e também da Mariana, durante um curto período] deixam-me amargurado e triste e lamento que elas não possam ler o enorme abraço [maior que o Atlântico] que hoje quero enviar a todos eles, meninos e meninas de então, homens e mulheres na actualidade.

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publicado às 13:12



  
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    Este Salazar nada tem a ver com o "teu amigo".

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