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(para que não caia no esquecimento)
A nossa ditosa Santa Comba Dão comemora hoje, dia 13 de Maio, mais um aniversário da sua elevação a cidade. O nono. Efectivamente foi neste dia do ano de 1999 que a Assembleia da República o decretou apesar de só no dia 1 de Novembro desse mesmo ano é que passou a lei. Houve festa rija no burgo e a quinta torre, identificativa da nova categoria, passou então a fazer parte do Brasão.
Sinceramente que sempre acreditámos que tal mudança de estatuto enchesse de orgulho as gentes santacombadenses. Vá lá saber-se por quais razões, mas levantaram-se de imediato vozes alcoviteiras (talvez habituadas às concepções conservadoras e centralistas do antigamente) apregoando que Santa Comba não era uma cidade antes sim uma nexecidade e que preferiam uma vila grande a uma cidade pequena. De forma bem sincera vos dizemos, antes que esqueça, que se pertencêssemos a uma Vila grande muito haveríamos de nos perguntar da razão de não sermos cidade, aliás muito haveria a perguntar aos autarcas das razões de ausência das infra-estruturas mais básicas já que são estas que com uma determinada população eleitoral (mínima de 8 mil) determinam a mudança de estatuto.
Sabemos nós que muitas destas manifestações não eram verdadeiramente hostis, eram como que fogo-de-artifício, e depressa a população se habituou à ideia. No entanto sabemos nós e todos também sabem que algumas ficaram bem guardadas. Nós, apologistas da evolução e progresso, batemo-nos pela "causa" e chegámos a propor, se assim se pode dizer, em escritos no semanário Defesa da Beira pela consagração do dia 13 de Maio como Feriado Municipal de Santa Comba Dão. Adiante-se desde já, e mais como aviso aos que se preocupam em ajuizar precocemente, que não fomos pagos para o fazer e nem foram motivos político-partidários (somos livres) que nos levaram a fazê-lo. É verdade que recebemos apoio, solidariedade pensámos nós na altura apesar de neste preciso momento não sabermos se da parte de alguns houve segundas intenções, mas a principal das razões que nos levaram a "criar" um novo Feriado foi a completa descaracterização do então feriado de Quinta-feira da Ascensão, que paradoxalmente ressuscitou agora com a alternância das cores à frente da Autarquia, e uma outra razão foi a de que esse dia estivesse apenas enraizado com a terra e livre de outras concepções como as religiosas (afinal Portugal é um Estado laico).Atente-se que não tememos o uso do termo descaracterização. Temos conhecimento do que se passa no terreno e não acreditamos lá muito que após a nossa ausência o Povo se tenha tornado mais católico apostólico romano (antes pelo contrário, talvez) como não acreditamos que a juventude tenha regressado aos campos acompanhando os pais para colher a espiga, curiosamente como nós fazíamos com a Rosita do Outerinho e quanto à tradição do dia não nos chegou a informação de que a festa popular do "buss(ç)aquito" tenha ressurgido das cinzas. Bom, para além de defendermos que o DIA DE UMA TERRA deve ter algo relacionado com ela própria, achamos descabido que se coloque um dia (afinal apenas uma Quinta-feira, véspera de Sexta, propício a "ponte") em que a população num geral nunca sabe quando é e que só os mais atentos lá por alturas da Páscoa é que se lembram de acrescentar 39 dias. Mesmo assim por vezes passa desapercebido e muitos só se darão conta quando batem com as ventas na porta (de um edifício público já que o comércio talvez continue aberto).
Acreditamos, contudo, que nos próximos anos muito provavelmente o Feriado deixará de passar desapercebido já que de forma inteligente a presente edilidade que o ressuscitou não vai deixá-lo cair no esquecimento, mas perguntamos nós: e se a bandeira muda daqui a uns anos? Ficamos com as Bandeiras hasteadas numa Quinta-feira sem festividades ou voltamos ao 13 de Maio como forma de dar o troco? Isto porque não existem alternativas... bom, como diria o Joaquim Matoco, só se entretanto se criar um movimento monárquico e resolva propor o 12 de Setembro (1514) data da concessão do Foral por D. Manuel I.
É lógico que não poderíamos finalizar sem retorquir ao que, muito provavelmente, desejais contrapor lembrando-nos que as raízes históricas e/ou culturais de um Povo ou as tradições devem ser mantidas. É verdade que nada disso deve ser descurado, mas também sabemos que a evolução dos tempos (e mental) e o progresso nos obrigam por vezes a "cortar" com o passado e a memória nem precisou correr muito já que temos aí o exemplo bem fresco do freixo cortado. E será que uma tradição tão bárbara como a de matar touros em praça pública deve ser mantida? Mesmo quanto ao restabelecimento das razões históricas temos que ter um certo cuidado ou vamos declarar guerra à Espanha para recuperamos Olivença que o Tratado de Viena de 1815 (subscrito por Espanha em 1817) diz que é nossa?
Voltando a Santa Comba e às suas raízes, porque não colocar então o Feriado Municipal no dia 3 de Maio, dia de Santa Cruz, como era na nossa infância?
Agora sim, cheguei ao final ditosa mãe-terra. Desculpa lá ter-me desviado um pouco e alongado demais, mas tu já sabes o que a casa gasta. Não sei se vais gostar do presente que te ofereço neste teu aniversário, reconheço não tão bonitoquanto este, mas tens de concordar que nem sempre se pode alinhar com o que gira à tua volta apesar de que a democracia me manda acatar certas determinações. Fica assim prometido que como filho não vou ser tão besta como o foi este ano o redactor do Voz que se "esqueceu" de referenciar o 1 de Maio e futuramente até vou aqui cantar os parabéns no Dia do Município (em 2009 é a 21 de Maio, sabias?), mas também te prometo que não deixarei passar o teu Dia de Elevação a Cidade que escuso de te lembrar porque tu sabes e saberás sempre qual é.
Teu
Neves, AJ
Este Salazar nada tem a ver com o "teu amigo".
O que andas a ler... "obrigas-me" a revisitar o pa...
Adorei a parte final da recomendação, O limão foi ...
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