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São Silvestre

por neves, aj, em 09.12.04
O Santo e a Corrida... com finalzinho nos 490 anos de S.ta Comba.

Nunca a oportunidade de abordar o tema em questão foi tão grande, porque isto de estar em S. Paulo e não escrever sobre a São Silvestre tem o mesmo peso que ir a Roma e não ver o Papa. Não se depreenda que está na mira desta Crónica debruçar-se exaustivamente sobre o Santo que foi Papa, antes sim fazer apenas alguns registos. Sabe-se que faleceu exactamente no último dia do ano e daí ser festejado nesta data. Teria sido canonizado pelas grandes “obras” durante o seu pontificado na primeira metade do século IV e das quais se exulta a aliança feita com o imperador Constantino Magno estabelecendo o Cristianismo como religião oficial do Império Romano pondo assim fim a (mais de) 300 anos de perseguição aos seguidores de J. Cristo.Mas o assunto é a Corrida... a mais célebre das Corridas de São Silvestre. Disputada “de um ano para o outro” aquando da sua criação em 1924, nos dias de hoje a Corrida vai para a estrada durante a tarde e a sua história é também escrita pelos feitos de atletas portugueses. Rosa Mota nos anos 80 com os seus seis triunfos consecutivos ainda é o atleta recordista da prova e que merece sempre referência pela organização. Nessa época dourada do atletismo português, também Aurora Cunha, por uma vez e o beirão Carlos Lopes, por duas, escreveram a ouro o nome do nosso país e rebuscando nos arquivos ainda encontramos  duas vitórias de Manuel de Oliveira na segunda metade da década de 50.Se para os atletas consagrados o objectivo é a coroa de louros, já para os atletas portadores de dificuldade locomotora ou visual o seu propósito é afirmar bem alto “estamos aqui também” e para o povão anónimo o clímax é chegar à Paulista (a mais badalada das avenidas da cidade, onde a prova tem o seu início e término) e receber a medalha que consagrará para todo o sempre tal proeza. É vê-los, a essas mais de duas dezenas de milhar de “atletas de uma só vez ao ano” percorrer os 15 quilómetros da prova equipados a rigor ou vestindo as mais variadas das fantasias, de índio, de fato e gravata ou travestidos... é vê-los, também, transportando cartazes de protesto ou de “chamadas de atenção”.

É a verdadeira Festa que as tevês não conseguem, por não dar lucro, revelar.Mas “festa é festa” e ela deve, tem de continuar.O Réveillon está no ar...Ainda os atletas mais “moídos” atravessavam em marcha de passeio a linha de chegada e já a “brigada laranjinha dos almeidas” entrava em acção. Num ápice a Paulista estava de cara lavada, apta para a recepção de boas vindas a 2004 que simultaneamente marcava o início das Comemorações dos 450 anos da Fundação da Cidade de S. Paulo. A Prefeitura de S. Paulo não olhou a meios (não se esquivando às críticas por ser ano de eleições) para proporcionar aos seus munícipes um riquíssimo e vasto programa com vários eventos diários que culminarão em 25 de Janeiro, dia referenciado como o do “lançamento da primeira pedra” pelo padre jesuíta Manuel da Nóbrega.À espera do novo ano, os minutos (longos) iam passando ao som de grupos musicais que se sucediam no palco. O alegre e contagiante ritmo brasileiro agitava a malta e ao bater da última badalada, coincidente com o início da descarga dos fogos, as mais de 1 milhão e meio de pessoas entraram em delírio rejubilando com o nascimento de 2004.

Mas antes, precisamente duas horas antes do “zero”, já eu tinha festejado. O meu pensamento tinha voado, voado até vós que, “mais adiantados”, receberam o novo ano com uma descarga de fogo de artifício no Largo da Feira e num misto de carinho e (quem sabe?) saudade, desejei que 2004 traga tudo de bom para a nossa jovem cidade, que o progresso, controlado, venha até nós e que a harmonia reine entre as gentes. E nesse momento de meditação em que “estive aí” pensei que, afinal, Santa Comba atingirá também este ano uma idade bem “redondinha”... Quatrocentos e noventa anosExactamente 490 anos em Setembro, dia 12, se considerarmos o Foral outorgado por D. Manuel I como o fulcro da organização administrativa, digamos assim, de Santa Comba Dão. E já que, pelo menos, no sonho somos livres e já que agora somos possuidores de espaço próprio e condigno brevemente a ser inaugurado, sonhei que não cairia mal uma pequena comemoração, pois não tenho lembrança de alguma vez ter sido feito algo semelhante.Mas, não se pense que desejo celebração de “ostentação festivaleira”, refiro-me sim e apenas a pequenas mostras sabiamente elaboradas sobre as nossas origens (quantos santacombadenses já teriam visto o seu Foral?) e até as Escolas do Município poderiam colaborar fazendo uma recriação da Santa Comba

Foral S Comba Dão (in site CM)

É uma ideia como outra qualquer, que não é original como sabeis e se a lanço também não é com a intenção de “ultrapassar” seja quem for. É apenas lembrete, porque “eu próprio pesquisador desatento me confesso” por ter deixado passar em claro os 900 (novecentos) anos da Carta de Foro concedida aos moradores de Santa Comba pelo Mosteiro do Lorvão em 1102.É que se assim não for, se não avivarmos a memória com as nossas origens, passamos a viver o presente completamente embrutecidos, qual animal que só pensa em sobreviver de qualquer maneira e feitio ultrapassando tudo e todos sem se preocupar em discutir como apareceu no Mundo.

Editado no início de 2004




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publicado às 20:27




  
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    Este Salazar nada tem a ver com o "teu amigo".

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