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O meu cantinho

por neves, aj, em 19.10.10

[ o Atlântico é demasiado pequeno...]

Um dia destes falei-vos no mais belo dos meus espaços preferidos, onde vive A Sobreira, o Largo do Outeirinho também conhecido como Mirante ou Miradouro, lugar aprazível da ditosa Mãe-terra que acompanhou o meu desenvolvimento de criança e adolescente, as minhas brincadeiras também, e ainda me proporcionou momentos de indescritível bem-estar.
Hoje apresento-vos o meu cantinho preferido deste lado do Atlântico, que apesar de estar situado em cidade com população mil vezes superior e à distância de oito mil quilómetros daquele espaço que assistiu às minhas primeiras esfoladelas nos joelhos tem ambiente que em muito se assemelha: calmo e tranquilo, contudo apenas durante a noite e alvorada, porque durante o dia o desassossego aparece devido à barafunda automobilística, e onde até posso escutar ao raiar da aurora o chilreio dos periquitos, curiosamente bem maiores dos que eu até agora conhecia e que se apresentam sempre vestidos de [belíssima] plumagem verde.

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Propositadamente apresento-vos foto que não retrata o exterior, para assim já poderdes concluir que até os meus hábitos de vida rodaram uns 150 graus, talvez para a esquerda para continuar a ser coerente e tentar mostrar que os Novembros não me envelheceram a mente, e não direi os costumeiros cento e oitenta porque nem os pregadores são perfeitos, apesar da lábia com que nos tentam enrolar. É, é verdade, meus estimados [e estimadas, porque ainda tenho gente no feminino que gosta de mim], este vosso amigo que vos escreve deixou a rua e refugiou-se entre quatro paredes. Mais caseirinho, como soi dizer-se, não por imposição mariana [por aqui não se usa "pagar para a ponte", apesar de que bananas há em todo o lado] nem pela tão apregoada violência [que felizmente nunca vi ao vivo e espero jamais ter contacto com ela], antes sim por opção, afinal agora tenho um lar, não rico, claro, mas também não miserável, onde as maiores riquezas serão a Maria, a Piruças 4patas e esta velha máquina que me permite estar sempre convosco, com os amigos, estar sempre atento ao que se vai passando pelo pequeno rectânculo [e ilhas adjacentes, porque se impõe a referência] e que até me permite mandar umas alfinetadas no leão que o meu mano Vasco continua defendendo com unhas e garras, e ainda ouvir [e ver] a eterna pequerrucha de um pai, apesar de ter crescido e já ser bem mulher.
O [meu] cantinho tal como se apresenta foi montado durante a última Copa 2010, onde do meu lado direito nessa parede forrada a madeira "preguei" os símbolos das duas Pátrias que gostaria de ver mais unidas, longe desse conceito lamechas de "Pátrias irmãs" antes sim de duas Nações independentes, situadas em continentes diferentes e distantes, com culturas mui próprias e mui distintas, embora com inúmeros laços culturais e de sangue, note-se, e de Língua, note-se muito bem, que as condenou a viver perpetuamente enleadas e não de costas viradas como se vê em tantas situações. Culpas? De ambas as partes, garantidamente, e se não especifico situações é porque o bom senso de estrangeiro em casa "alugada" e, por outro lado, o meu patriotismo lusitano, me impedem de divulgar algumas atrocidades tantas delas preconceituosamente primitivas como são aquelas de não se reconhecer como um dos nossos os filhos gerados em terra alheia e impor-se uma portagem [pedágio] para entrada na nossa terra quando afinal a História nos diz que os os nossos [garbosos e valentes] ancestrais invadiram a terra habitada pelos antepassados deles, tomando-a sua.

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publicado às 15:30


2 comentários

De Renato Santos Passos a 21.10.2010 às 21:15

És muito dócil, meu caro. A verdade é que esta terra não dignifica a mãe. E isso não é bom entre seres humanos e também entre nações.
Eu, que nasci no Brasil mas sou português acima de tudo, fico indignado com o tratamento que aqui se dá à pátria de origem. E também me incomoda a importância que, em Portugal, se concede ao Brasil.
Abraço do conterrâneo (?)

Renato

De António Neves a 23.10.2010 às 08:24

Um grande abraço, Neves, desde a Vila Deanteira (Portugal).

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