Voz do Seven

... entenda-se como Bacalhau do Porto o bacalhau seco e salgado por mãos portuguesas não interessando agora onde foi pescado, se nas águas da Terra Nova se nas da Noruega.
Atentem meus caros amigos [e amigas] que foi assim necessário eu fazer a travessia para descobrir que a antiga, mui nobre sempre leal [também bela] e invicta cidade do Porto não dá o nome apenas ao vinho fabricado nas encostas profundas e quentes do Douro transmontano mas também ao bacalhau comercializado por Terras de Vera Cruz contudo pescado em águas frias e longínquas do Atlântico Norte e tratado nas secas de Aveiro ou Figueira da Foz [claro que também dá nome às Tripas e ainda à associação desportiva dos azuis e brancos do Dragão, mas isso pertence a outras histórias].

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Diz a legenda que a foto foi captada em Porto Alegre [capital do Estado do Rio Grande do Sul] mas um clique nela leva a receita de bacalhau confeccionado em um restaurante em São Paulo, o Bacalhoeiro, de propriedade de um português, obviamente. Quanto ao preço [53 reais, quase 24 euros] não me parece excessivo comparado com o mercado de São Paulo [repare-se que se trata de lombo de bacalhau], mas atente-se que não sabemos lá muito bem os preços desse tipo de bacalhau já que ele não é o nosso preferido: gostamos dele com espinhas e barbatanas, grosso e fino, que assim dá para assar mas também para cozer e não faz enjoar a carteira [este anda à volta de 30 reais o quilo, uns 13 euros, metade de um exemplar entre 45 e 50 reais].
Ah, o bacalhau está aqui presente porque é tradição por cá pelo Brasil fazer-se o santo sacrifício de se comer bacalhau na Sexta-feira Santa... nos tempos de minha mãe Rosa lembro-me que era costume fazermos o o doloroso sacrifício de comer um divinal arroz de polvo com salada de agrião, porque afinal bacalhau era todos os dias à noite [excepto ao Domingo].

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