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... dou-lhe este título porque considero que a escolha [por sufrágio directo e universal] dos representantes do Povo nas Câmaras Municipais, Assembleias Municipais e Assembleias de Freguesia é uma das maiores conquistas da Revolução de Abril, já que não há dúvidas, meus caros amigos e estimadas amigas, de que a foto nos mostra dia de comemoração da instauração da democracia em Portugal, dia 25 de Abril, na Praça do Município na ditosa Mãe-terra de Santa Comba Dão... o Cravo no peito do retratado não engana. Curiosamente ele, o retratado, é que nos pode ajudar a chegar ao ano. Ele é vosso conhecido, fácil de identificar embora nessa altura estivesse órfão da barba que hoje lhe cobre o rosto e camuflado por uma gravata menos usada que guarda-chuva de um beduíno do deserto do Sara. Em observação mais atenta, dirão que é de estranhar que na mão livre não repouse o cigarro de quem foi amante por mais de 35 anos o que nos pode desde já transpor para 1999, ano em que os pulmões do citado sofreram uma desintoxicação de uns 9 meses, tempo mais do que suficiente para se chegar a um bom parto, mas sabe-se que vício que se preze não larga a presa e, claro, que por falta de pulso o Português Suave azul voltou a ser a companhia predilecta do nosso retratado. Outro facto que atesta a teoria acabada de expor [de que andava numa de pausa de fumo] é a pança que lhe salta das calças pra fora, as quais, envergonhadas, tiveram que se afundar quase até aos pés dando-lhe um aspecto meio-espantalhado da cintura pra baixo. Nesta altura bateu certa a teoria de que se engorda quando se deixa de fumar, contudo hoje eu contrario-a: haja tanta vontade de não comer e de muito caminhar como desejo de não levar o cigarro à boca, que não se engorda, não.
Curiosamente esta pausa na inalação de nicotina [e não só] não foi propositada, por vontade própria, antes sim provocada por acidente de percurso, mais propriamente porque numa bela manhã de Janeiro [de 1999, sabe-se agora] um oceano de sangue inundou a sanita [vaso sanitário ou privada] durante a defecação da manhã. Teimosamente, o teimoso ainda foi dar uma aula e só quando uma sede insuportável e terríveis dores nos músculos dos ombros e pescoço o atacaram é que resolveu rumar ao Centro de Saúde ainda instalado no antigo Hospital onde, curiosamente, tinha visto a luz do dia pela primeira vez e que agora podia transformar-se em cais de embarque pra parte incerta.
um clique para foto ampliada
Depois do susto pregado à amiga Paula minha médica de família [dei entrada meio-desmaiado] lá me levaram entubado pelo nariz de ambulância até Viseu, débil de todo porque entretanto não sei quantas "perdas por baixo" teria tido, mas ainda com força suficiente para gritar pelo amigo Cílio, então apenas médico de medicina interna sem cargo de chefia, para me socorrer porque senão ainda hoje lá estava no meio da bagunça que por lá reinava pela urgência do Hospital de Viseu nessa manhã de um Janeiro invernoso infectado de gripes... ademais, se não o tinha feito na minha terrinha muito menos pretendia fazer o tal embarque por terras de Viriato. Por lá fiquei em observação e em dieta zero durante duas noites e a culpa foi atribuída a uma hemorragia duodenal [ainda me lembro do relato "ao vivo" da endoscopia que teria definido o diagnóstico] provocada por excesso de aspirinas [ácido acetilsalicílico] abusivamente tomadas para debelar uma gripe ou constipação ou lá o que fosse já que não me lembro e não por "rebentamento de úlcera" como se palpitou pela santa terrinha... coisas de prostaglandinas, explicaram-me. Quando tive alta nem me conhecia ao espelho, cara chupada e cor-de-terra, anémico, e trouxe comigo um rol de recomendações gastronómicas [nada de que irritasse as mucosas digestivas, frituras e coisas assim, antes cozidos e grelhados] e várias proibições, entre elas a do fumo. Obedeci, mas para me recuperar valeu-me a dedicação de duas senhoras a quem quero agradecer publicamente: D. Piedade Chaves e D. Fernanda Chaves, a primeira cozinheira [e mãe da proprietária de então] no Café Chorão e a segunda a então chefe de cozinha na Escola EB 2,3 melhor conhecida como "Ciclo"... e assim se explica essa pança que me levou aos 110 quilos: nada de cigarro e muitos miminhos por parte dessas duas senhoras que me trataram como filho doentinho. Para elas, o meu agradecimento do tamanho do Atlântico.
Remato com mais uma confirmação, apesar da má qualidade da imagem, de que na verdade não podemos estar para além de 1999, ano em aconteceu a elevação de Santa Comba Dão: umclique aqui mostra-nos que o Brasão de Santa Comba Dão ainda não tinha a quinta torre indicativa de cidade.
Este Salazar nada tem a ver com o "teu amigo".
O que andas a ler... "obrigas-me" a revisitar o pa...
Adorei a parte final da recomendação, O limão foi ...
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