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<p align="center"><font size="4">O </font><font color="#000080"size="4"><em><strong>Mais</strong></em></font><fontcolor="#FF8000" size="4"><em><strong>Futebol</strong></em></font><fontsize="4"> relata-nos....</font></p><p><font size="4"><strong>1939</strong> – No princípio jáera assim</font></p><p align="justify">Contestava-se o palco da final, que não devia ser em Lisboa.Antes do jogo decisivo, tinha havido um Benfica-F.C. Porto muitoquente, em que os «dragões» abandonaram o campo das Amoreirasa 15 minutos do final, como protesto, quando perdiam por 0-6. Umjogo que até teve um antepassado de «very-light», uma«pequena bomba de Santo António», conta o jornal «OSéculo», atirada para junto da baliza de Soares dos Reis, oguarda-redes portista. A final, essa, foi uma festa, um grandejogo que teve sete golos e terminou com a vitória do maispequeno sobre o maior, da Académica sobre o Benfica. Foi em1939, na primeira edição da Taça de Portugal. </p><p><font size="4"><strong>1967</strong> – A Maratona dospequeninos</font></p><p align="justify">E a final que durou 144 minutos? Isso mesmo, num só jogo.Aconteceu em 1967, as vítimas foram V. Setúbal e Académica, notempo em que os sadinos eram assíduos destas coisas. As regrasmandavam que houvesse prolongamento e se jogasse depois atéalguém marcar. Já caía a noite no Estádio Nacional, os 22jogadores arrastavam-se em campo quando Jacinto João acabou como sofrimento de toda a gente e deu a vitória ao V. Setúbal.</p><p><font size="4"><strong>1967</strong> – 144 minutos definal e um árbitro a pedir um golo </font></p><p align="center">(144 minutos = 2 horas mais 24 minutos)</p><p align="justify">Foi e será a final mais longa de sempre. Foi, porque nãohouve nenhuma com a mesma duração desta, e será porque osmoldes foram alterados e não permitem finais com mais de 120minutos. Por isso mesmo, a final da Taça de Portugal entre oVitória e a Academia, de 1967, será sempre recordada com a maislonga de sempre. Ao todo foram cumpridos 144 minutos de futebol.O árbitro já pedia um golo. </p><p align="justify">«Ficou-me na memória porque foi a final mais longa, quenunca mais se irá repetir porque os moldes foram alterados»,lembrou Fernando Tomé ao Maisfutebol. «Foram 90 minutos, mais30 de prolongamento, e um segundo prolongamento com golo dourado,até marcar, em que o Jota [Jacinto João] apontou o golo aos 24minutos do segundo prolongamento», recordou. </p><p align="justify">«Que remédio tivemos de aguentar», disse. «Já haviamcãibras por todo o lado. Mas não era preciso pedir para sair.Saíamos com naturalidade, e depois entrávamos em campo sempedir autorização», contou. «Lembro-me que o Toni saiu umavez, e depois apareceu um jogador do Vitória, ele levantou-se,entrou no campo, e depois voltou a cair novamente», relatou,entre sorrisos. O árbitro também já não aguentava.«Lembro-me que o árbitro Salvador Garcia disse isto aoscapitães: <em>Epá por amor de Deus um de vocês marque um goloe acabe com isto. Ou então que partam a taça ao meio e cada umaleve metade</em>. Quando aconteceu o golo do Jacinto João estavaperto dele no meio-campo, e caiu redondinho para trás. Estavamais cansado do que nós. Os jogadores da Académica ficaram pelochão, e nós ainda tivemos forças para festejar.» </p><p align="justify">Fernando Tomé lembrou ainda para o Maisfutebol o golo queacabou com um jogo que mais parecia não ter fim. «Acabámos porfazer o golo numa jogada individual do Jacinto João, que o Malónão conseguiu suster. Seguiu a bola de gatas e não chegou. Essafoi uma das maiores alegrias que tive. Foi o primeiro títuloganho. Eu tinha 19 anos, e fazia 20 no dia seguinte.» </p><p><font size="2"><b>9-6-1967, no Jamor</b> </font></p><p>Árbitro: Salvador Garcia (Lisboa) </p><p>V. SETÚBAL-ACADÉMICA, 3-2 (Guerreiro, José Maria e JacintoJoão) (Celestino e Ernesto) </p><p align="justify"><strong>V. Setúbal</strong> – Vital; Conceição,Leiria, Herculano e Carriço; Tomé e Vítor Baptista; Guerreiro;José Maria, Pedras e Jacinto João. </p><p align="justify"><strong>Académica de Coimbra</strong> –Maló; Celestino,Rui Rodrigues, Vieira Nunes e Marques; Toni e Rocha; Crispim,Ernesto, Artur Jorge e Vítor Campos.</p><p><font size="4"><strong>1969</strong> – Académica, Abrilem Junho</font></p><p align="justify">«Menos espingardas, menos quartéis, menos repressão». Poruma vez, os sinais de contestação chegaram ao Jamor. AAcadémica aproveitou a final com o Benfica para fazer a maiormanifestação de sempre contra o regime fascista. Os estudantesjá estavam em greve, o Estado Novo avisado. Essa final de 1969não passou na TV, Américo Tomás não foi ao jogo. Os jogadoresda Briosa entraram em campo com as capas caídas, ao intervaloapareceram, por todo o lado nas bancadas, os cartazes. Eusébioestragou a festa, que ficaria completa com a entrega da Taça aAlberto Martins, presidente da Associação Académica. Masninguém tira a todos os que a viveram essas poucas horas deliberdade, um sinal de Abril em Junho.</p>