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... ontem foi dia de ida ao Maria Zélia, entenda-se AME Maria Zélia, Ambulatório de Especialidades Médicas, localizado na região de Belém, mas não do Pará, claro. Saí de casa bem cedo ao raiar da aurora, já que o percurso me consome umas duas horas entre metro/metrô, autocarro/ônibus e, claro, o tempo de espera entre ligações. Pode parecer cansativo, mas eu até gosto, note-se, tanto que evito a alternativa que pode ser feita num único ónibus porque, apesar de directo, torna a viagem mais que maçadora ao amarrar-me no mesmo assento durante umas duas horas e tal. Dá-me um certo gozo a opção de viagem escolhida porque saltito de um lado para o outro [duas baldeações de metrô, entenda-se como transbordos, e outras duas de ônibus] e eu adoro vaguear pelas estações, cruzando-me com gente de fisionomias e vestimentas tão diferentes. Tamanho privilégio, de lidar com tão grande disparidade de aparências e cores, é que, na minha maneira de ver, atenua de certa forma algumas agruras que as grandes cidades nos oferecem, nomeadamente esta imensa urbe de São Paulo. O meu objectivo era tentar resolver a questão da marcação de um exame de imagem que estava em lista de espera havia meses, não propriamente pra mim antes pra minha Maria, mas, e porque era Quinta-feira, claro que não podia deixar de visitar a minha médica gastroenterologista já que é um dos dias da semana em que ela se encontra de serviço no Maria Zélia. Embora não tivesse consulta marcada [o "sistema" marcou para Novembro a próxima consulta] fui colocado à vontade para que, sempre que necessário, a visitasse. E se imprescindível se tornar a presença do meu processo/prontuário a doutora solicitará um "encaixe", desenrasque que nem todos os médicos aceitam.
Conhecemo-nos em Dezembro do ano passado, 22, dia da primeira consulta, e, por imperativos, tornou-se, agora, na vigilante do meu sistema digestivo nomeadamente na cata de hipotéticos outros pólipos intestinais que me possam apoquentar. Prática e objectiva, conhece [e reconhece] os espinhos na saúde pública e não tem problema algum em driblar o "sistema" de forma a que o doente não seja tão castigado com tão longas esperas de atendimento. Eu que o diga. Sinto-me bem nas suas consultas, conversamos bastante e entre nós criou-se forte empatia não sei eu bem se por ter sido ela a primeira a ver, em colonoscopia por si pedida, o meu pólipo de estimação a que chamei de cabeçudinho e que na altura mereceu texto embora o não tivesse publicado. Faço-o hoje. Dei-lhe por título, Grávido de um pólipo, e se na altura fiquei deveras apreensivo, o parto mostrou que estava tudo dentro da normalidade. Grande, mas pacato. Quando mo sacaram em operação chamada ressecção, em Março, soube que o dito cujo estava acompanhado de um séquito de outros pouco maiores que o tamanho da cabeça de um alfinete, contudo a análise às biópsias mostrou serem [também] bonzinhos. Para o ano logo se verá se há mais, já que a prevenção é a alma da despreocupação.
Mas ontem, para minha pena, a doutora já não se encontrava no consultório. Informaram-me que tinha sido chamada de urgência por motivo de acidente rodoviário de membro da família. Que não tenha passado de susto, desejo. Um dia destes consumo a visita já que terei que voltar ao Maria Zélia por outros motivos.
Contudo, a viagem não foi em vão, aliás, foi proveitosa: saiu-me a sorte grande já que o "sistema" permitiu a marcação do tal exame para a minha Maria e, imagine-se, a funcionária encontrou uma brecha ainda para este mês. Há dias felizes, para mais já antes tinha experimentado uma sensação nova: conversar com um cidadão paraguaio que se dirigiu a mim na Estação da Sé, o centro nervoso da rede metroviária, pedindo-me informação sobre a ligação para Tabuapé de onde partem os ônibus para o aeroporto de Guarulhos. Teve sorte também, o hermano. Íamos ambos para o mesmo lado, linha vermelha sentido Corinthians-Itaquera. Fomos os dois a conversar [em português com umas castelhanadas aqui e ali] no breve percurso até à estação imediatamente anterior onde ele iria sair. Antes de eu descer, na Estação de Belém, de ouvir as mais calorosas das gracias e de nos despedirmos com um aperto de mão, soube que tinha vindo a trabalho, que era professor de português e que se sentia regozijado pela queda de Fernando Lugo. Eu nem por isso, depor numa câmara de senhores deputados ou senadores um Presidente eleito democraticamente pelo Povo cheira-me a golpe, mas não o contrariei, deixei-o partir em satisfação.
Este Salazar nada tem a ver com o "teu amigo".
O que andas a ler... "obrigas-me" a revisitar o pa...
Adorei a parte final da recomendação, O limão foi ...
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